Menina baleada no Rio permanece em estado gravíssimo
A garota de 10 anos, baleada na cabeça quando comemorava em casa a noite de Natal, permanece em estado gravíssimo, segundo a Secretaria de Saúde do Rio. Ela foi transferida para a UTI depois de passar por cirurgia. De acordo com a Secretaria, é preciso esperar 48 horas para saber sobre possíveis sequelas.
A.S.V. foi operada na manhã desta terça-feira (25) depois de esperar oito horas para ser operada no Hospital Salgado Filho, zona norte do Rio, porque o neurocirurgião que estava escalado para o plantão noturno faltou ao trabalho. A cirurgia durou cerca de quatro horas e meia e terminou por volta de 13h30.
A direção do Hospital Salgado Filho, no Méier, informou ontem, por meio de nota, que um inquérito administrativo será instaurado para apurar os motivos que levaram o neurocirurgião a faltar.
Familiares da garota acusam o hospital de negligência. "Estamos desesperados. Minha mulher [está] passando mal. Está todo mundo [os familiares] nervoso, já brigamos para sermos atendidos, mas até agora nada", disse o pai da menina, Marco Antônio Vieira, que chegou a desmaiar. "Não tem médico para atender a minha filha, isso é um absurdo."
Em nota, a secretaria informou que "lamenta e repudia o comportamento do profissional e aplicará punição ao médico." Ainda conforme a nota, 18 médicos neurocirurgiões estão escalados para o plantão de Natal ?nas quatro grandes emergências da cidade?.
Na escala divulgada pela secretaria, consta o nome do neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves como plantonista no Salgado Filho no horário noturno do dia 24 e madrugada do dia 25. O telejornal "RJTV", da TV Globo, entrou em contato com o médico, que afirmou que já havia pedido demissão da unidade de saúde e por isso não compareceu ao plantão.
A direção do hospital informou que o pedido de demissão não foi formalizado e que, portanto, não tomou conhecimento.
Revoltados, os familiares tentaram invadir durante a manhã a área de atendimento do Hospital Salgado Filho, mas seguranças do local agiram para impedir a entrada dos parentes.
De acordo com a família, a menina havia acabado de receber o presente de Natal quando foi ferida uma bala que teria sido disparada por traficantes dos morros de Urubu e Urubuzinho. (Com reportagem de Felipe Martins e Julia Affonso, no Rio)
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