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Prédio inacabado é ocupado por mais de 400 famílias sem-teto no DF

Hosa Freitas

Do UOL, em Brasília

08/01/2013 20h48

Mais de 400 famílias estão acampadas desde o último sábado (5) em um prédio abandonado ainda na fase em construção, no Pistão Sul, ao lado de um condomínio nobre de Taguatinga, cidade satélite do Distrito Federal. Segundo um dos coordenadores do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), Sergio Leonel, estão sendo aguardadas mais mil famílias até o próximo final de semana. "Nós sairemos do local somente para as moradias que o governo prometeu ou com o auxilio-aluguel que foi acordado em 2012", explicou Leonel.

A invasão aconteceu com cerca de 300 famílias, mas, com um trabalho de panfletagem em abrigos no DF, esse número está crescendo rapidamente e não há previsão da saída destas pessoas do local.

A estrutura do prédio invadido tem mais de 100 mil metros quadrados e está inacabada. A construção começou há cerca de 20 anos e, de acordo com os membros do MTST, a invasão aconteceu após uma pesquisa de viabilidade para transformar o prédio comercial em residencial.

Este grupo é o mesmo que em 2010 ficou acampado em terras do governo do Distrito Federal nas proximidades de Brazlândia por três dias.

Em 2012, o MTST liderou um acampamento na BR-070 entre as cidades de Ceilândia (DF) e Águas Lindas (GO).

Na ocasião mais de mil e 500 famílias foram cadastradas com a promessa que receberiam por um ano e meio um auxílio-aluguel no valor de R$ 408, mas esse valor foi pago por apenas três meses e o benefício foi cortado.

Sergio Leonel informou ainda que por se tratar de propriedade particular o GDF nega um acordo com o MTST. Por outro lado a assessoria do GDF afirma que a falta de documentos inviabilizou a distribuição de moradias às famílias cadastradas à época e que agora há uma fila a seguir.

O proprietário do imóvel invadido, empresário Abdalla Jarjour, tentou negociar com os manifestantes desde o início da ocupação, ocorrida na madrugada de sábado (5). Como a desocupação não aconteceu, Jarjour solicitou aos órgãos competentes o corte da água e eletricidade do prédio. Abdalla Jarjour também entrou na Justiça com uma ação de reintegração de posse.

Para sair do local, os integrantes do movimento querem o retorno do auxílio-moradia e a garantia de que vão receber uma casa do Programa Morar Bem do governo do Distrito Federal.