Topo

Cadeirante acusa ex-mulher de dopá-lo e colar boca dele com cola de sapateiro, em Paudalho (PE)

Carol Guibu

Do UOL, no Recife

15/01/2013 17h19

Um homem de 55 anos, aposentado por invalidez, acusou a ex-mulher de maus-tratos e tortura, no município de Paudalho (47 km do Recife), na zona da mata norte de Pernambuco. De acordo com o cadeirante André Luis da Silva e as filhas dele, a ex-companheira usava cola de sapateiro para colar as mãos e as nádegas do aposentado na cadeira de rodas, e ainda colava os lábios dele para que não pudesse gritar.

"Ela me dava um monte de remédio pra me deixar dopado o dia todo e, se eu achasse ruim, ainda me batia", disse o aposentado.

Segundo a família de Silva, a suspeita, Sandra Roberta Batista de Araújo, 45, teria levado o deficiente para casa dela em agosto do ano passado, alegando que cuidaria dele. Mas foi apenas no final de dezembro que descobriram que o homem vinha sofrendo maus-tratos.

"Fomos visitá-lo e, ao chegarmos lá vimos cola nas mãos dele e muitos ferimentos pelo corpo. Na hora, trouxemos ele de volta para casa", disse a filha da vítima, Taís Renata da Silva, 28. A família da vítima vive no bairro de Areias, no Recife.

De acordo com o aposentado, a ex-mulher, com quem manteve um relacionamento durante doze anos, ainda levava homens para casa dela, e o obrigava a vê-la mantendo relações sexuais com eles.

"Quando ela estava transando com os caras, às vezes, ela virava minha cadeira de rodas pra eu ficar olhando a safadeza, e eu, dopado, não podia fazer nada", disse.

A vítima, que chegou a ser hospitalizada por conta dos ferimentos causados pelos maus-tratos, acusou ainda a ex-mulher de roubar o dinheiro de sua aposentadoria, no valor de um salário mínimo.

"Quando ela me chamou pra morar com ela, minhas filhas pediram para eu não ir, mas como sou cabeça dura e fui. Me arrependo muito e agora só quero justiça", afirmou Silva.

A suspeita nega o crime, e diz que só levou o idoso para morar na casa dela porque ele sofria maus-tratos da filha. "Eu não agredi ele nunca. Ele foi pra minha casa por livre e espontânea vontade, e porque a filha dele o tratava muito mal", disse Sandra.

Um inquérito foi instaurado na Delegacia de Paudalho e, segundo do delegado Marcos Roberto da Silva, a vítima será ouvida amanhã (16). "Como o aposentado não tem como vir até aqui, já que está vivendo no Recife, vamos até a casa dele colher depoimentos e, acompanhados por peritos do IML [Instituto de Medicina Legal], para fazer os exames traumatológicos nele."

A suspeita, que será ouvida nos próximos dias poderá ser condenada pelo crime de maus-tratos qualificado, e pegar de um a quatro anos de prisão.