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Jurados estão reunidos e analisarão seis quesitos para decidir se Mizael é culpado ou inocente

Thiago Varella

Do UOL, em Guarulhos (SP)

14/03/2013 15h42Atualizada em 14/03/2013 17h05

Terminou a fase de debates do julgamento do ex-policial militar Mizael Bispo da Silva, nesta quinta-feira (14), no Fórum de Guarulhos. Ele é acusado de assassinar a ex-namorada, a advogada mércia Nakashima, em maio de 2010.

Defesa e réplica falaram aos jurados por duas horas cada. Como o Ministério Público abriu mão da réplica, após um intervalo de dez minutos já determinado pelo juiz do caso, Leandro Colon, os jurados –cinco mulheres e dois homens –se reunirão para analisar os quesitos da acusação e definir se Mizael é culpado ou inocente.

Ao todo, os jurados terão seis quesitos para responder sim ou não e decidir se o policial reformado é ou não culpado pelo crime. Entre eles, figuram, por exemplo, se o réu "concorreu para o crime", se "o jurado absolve o acusado?" e se o crime foi praticado "por motivo torpe, em razão da insatisfação com o rompimento" do relacionamento amoroso. Ainda é questionado aos jurados se houve emprego de "meio cruel" à vítima. Eles se rreuniram para decidir às 16h25.

Também acusado pelo crime, o vigia Evandro Bezerra Silva inicialmente iria a julgamento com Mizael, mas o júri foi desmembrado e o julgamento do vigia adiado para 29 de julho --pedido da defesa de Bezerra, que alegava tese conflitante entre os dois acusados.

Advogado desqualifica investigação

"Acusação sem prova não é nada, absolutamente nada." Assim, o advogado Ivon Ribeiro começou a tentar desqualificar as evidências técnicas apresentadas pela acusação para incriminar o policial militar reformado Mizael Bispo de Souza, durante sustentação na fase de debates do quarto dia de julgamento, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Como prometido, Ribeiro não trouxe nenhuma "carta na manga" e tornou a dizer que a polícia forjou provas para condenar Mizael pela morte de sua ex-namorada Mércia Nakashima. "Neste processo, foram três anos de falácias", acusou.

Ribeiro chamou o delegado Antonio de Olim, que presidiu o inquérito e conduziu as investigações, de "fanfarrão" e "mentiroso". Olim foi uma das testemunhas do julgamento.

O advogado deu, a cada um dos sete jurados, uma cópia do e-mail escrito por Mizael para Mércia e disse que na época da morte da vítima, os dois ainda ficavam juntos.

"Na sexta estiveram juntos e fizeram amor. No sábado, estiveram juntos de novo e fizeram amor. Será que havia briga?", questionou.

O defensor afirmou que Mércia fez 248 ligações para Mizael no mês de sua morte. "Se esse é o comportamento de uma mulher que rejeita um homem, eu fico um pouco sem parâmetro", disse.

Após o fim da sustentação oral da defesa, o juiz Leandro Cano perguntou se a acusação queria ter direito a réplica, o que foi declinado.