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Mizael dará sua versão do crime na quinta-feira (14)

Thiago Varella*

Do UOL, em São Paulo

13/03/2013 06h00

O policial reformado da PM (Polícia Militar) Mizael Bispo de Souza deverá dar sua versão sobre a morte de Mércia Nakaschima, morta em 2010 e com quem ele manteve um relacionamento na quinta-feira (14), segundo o assistente de acusação Alexandre de Sá. Mizael é acusado de matar a ex e é julgado desde a segunda-feira (11) pelo Tribunal do Júri de Guarulhos (Grande São Paulo).

Com isso, a fase de debates deve começar também na quinta, com a sentença sendo proferida, provavelmente, apenas na sexta-feira (15).

Nesta quarta-feira (13), deverão ser ouvidas quatro pessoas: três testemunhas da defesa e uma do júri. Ontem, quatro testemunhas foram ouvidas: o delegado Antonio Assunção de Olim, responsável pela investigação da morte de Mércia, o advogado Arles Gonçalves Júnior, a corretora de imóveis Rita Maria de Souza e o investigador Alexandre Simone Silva.

Segundo dia de julgamento

O primeiro e mais demorado depoimento de terça-feira (12) foi o do delegado que investigou o desaparecimento de Mércia, Antonio Assunção de Olim.

O delegado disse que durante a investigação uma mulher procurou a delegacia à época dizendo que havia se relacionado com o Mizael com o único objetivo se descobrir se ele era culpado pelo assassinato. Segundo ele, Mizael teria ficado tentado em aceitá-la como álibi para se livrar da acusação da morte de Mércia.

Em seguida, Arles Gonçalves Junior, representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que acompanhou as investigações sobre o crime, respondeu aos questionamentos formulados pela promotoria e pela defesa. Ambas as testemunhas haviam sido arroladas pela acusação.

De acordo com o advogado, disse que o vigia Evandro Bezerra da Silva confessou, durante interrogatório, que foi buscar o réu na represa onde o corpo de Mércia foi achado em Nazaré Paulista (SP). Segundo o advogado, Evandro não relatou ter sofrido nenhum tipo de tortura. O vigia contou, mais tarde, que foi torturado pela polícia sergipana e, por isso, confessou o crime no Nordeste.

Logo após, foram inquiridas duas --das cinco-- testemunhas de defesa. A primeira delas foi Rita Maria de Souza, funcionária da imobiliária responsável pela locação da sala comercial que o réu utilizava como escritório. Ela afirmou que o réu era "educado, cavalheiro e abria a porta do carro" para a vítima.

Por fim, o policial civil Alexandre Simone Silva, que investigou as ligações feitas entre os celulares de Mizael, Mércia e Evandro, no dia do crime prestou depoimento.  Ele disse que o cruzamento dos dados do GPS do carro de Mizael e de ligações feitas de um celular registrado em nome de Mizael Bispo de Souza apontou que, no dia 23 de maio de 2010, dia da morte de sua ex-namorada Mércia Nakashima, ele estaria longe de seu carro e em um lugar de onde não costumava acionar seu aparelho para fazer ligações.

Promotor

O promotor Rodrigo Merli Antunes espera que, assim como ocorreu na terça (12), as testemunhas de defesa sejam favoráveis à acusação.

"Hoje [ontem] a defesa fez um favor e trouxe como testemunha alguém que participou das investigações [o investigador Alexandre Simoni Silva] e já tinha sido, em uma fase inicial, testemunha de acusação. Amanhã [hoje] vão levar um perito [Renato Pattoli] que tem a opinião da culpa de Mizael”, disse.

Para Antunes, a defesa tenta destruir aquilo que foi evidenciado nas investigações, na tentativa de livrar Mizael.

“Eles [os advogados de defesa] tentam apontar os erros, mas não têm conseguido”, afirmou.

Além de Patolli, o fotógrafo Eduardo Zocchi e o perito particular Osvaldo Negrini serão ouvidos como testemunhas de defesa.

O perito de polícia, Hélio Ramacciotti, foi chamado pelo juiz Leandro Bittencourt Cano, para depor sobre o caso, mas existe a expectativa de que seja dispensado.

* Com informações do Estadão Conteúdo