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Polícia apura morte de bebê que ficou um dia em hospital de Anápolis

Lourdes Souza

Do UOL, em Goiânia

14/03/2013 20h20

A Polícia de Anápolis (55 km de Goiânia) investiga a morte de uma criança após ficar internada um dia no Hospital da Criança. Emily Vitória, de nove meses, entrou na unidade hospital na segunda-feira (11) com suspeita de pneumonia. No início da tarde de terça-feira (12), morreu.

A mãe da criança Taís Oliveira Souza Araújo, 21, prestará depoimento na delegacia de Anápolis, nesta sexta-feira (15), às 14h30. Ela disse acreditar que a morte da filha foi causada por negligência do hospital. "Quero justiça pela minha filha e pelas outras crianças que estão lá dentro. Quero que os responsáveis sejam presos."

Representantes do hospital não comentaram o caso. Moradora de Goianápolis, cidade vizinha a Anápolis, Taís conta que a filha acordou com febre, na segunda-feira, e a família resolveu seguir para o hospital.

A criança foi internada e começou a receber medicamentos junto com o soro. Segundo Taís, a tosse de Emily foi reduzida e na manhã de terça-feira, o médico teria pedido para retirar o soro. “O médico disse que ela voltaria a tomar remédio somente após 12 horas. Ficamos no quarto, ela estava melhor, almoçou, tomou um suquinho de maracujá e dormiu”.

Depois do almoço, Taís diz que uma enfermeira foi até o quarto perguntando quem era Evelin. Ela afirma que indicou que a garota estava no quarto vizinho.

Segundo Taís, a enfermeira seguiu para o outro quarto com a bandeja de medicamentos e depois voltou. “Ela disse que o medicamento era para Emily. Eu disse que não, que o médico teria recomendado outra dose somente após 12 horas. Ela afirmou que estava no prontuário e aplicou a injeção."

A mãe diz que assim que tomou a injeção a filha ficou com a boca roxa e desmaiou em seus braços. “A enfermeira a pegou dos meus braços e levou para um quarto. Os médicos entraram e depois me avisaram que Emily estava morta. Eu comecei a gritar e entrei no quarto para ver a minha filha."

Para Taís, a medicação aplicada pode ter causado a morte da filha. Segundo ela, o medicamento utilizado era amarelo, uma coloração diferente do utilizado no dia anterior. “Não tem lógica, só foi aplicar esse remédio e a minha filha morreu. A falta de estrutura do hospital também contribuiu, não tem UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para o socorro."

A criança foi sepultada na quarta-feira (13) em Goianápolis. A família, que registrou um Boletim de Ocorrência, aguarda o laudo do IML (Instituto Médico Legal), que deve sair em 30 dias, para apontar as causas da morte e auxiliar nas investigações policiais.