Mulher se acorrenta a casa para evitar ser despejada

A aposentada Leonor dos Santos, 59, está acorrentada desde o último sábado (30) à grade de uma casa em São José do Rio Preto (438 km de São Paulo) para protestar contra uma ação judicial que pode despejá-la do local onde mora, uma chácara no bairro Morada do Sol.

O dono da casa onde Leonor está acorrentada, na rua Luiz Antonio da Silveira, no bairro Boa Vista, cobra dela uma dívida, e a ação resultou na penhora da chácara.

Ao UOL, ela disse que vai manter o protesto até que a Justiça reveja a decisão ou indique-lhe outra casa para ela morar com a família. Enquanto isso não acontece, ela passa as noites na calçada, sentada em uma cadeira, e alimenta-se de lanches e fruta. Ela só deixa o local para ir ao banheiro.

A ação contra a aposentada foi movida pela imobiliária Tebar, que representa os interesses da família do empresário Nassib Mussi, com quem o falecido marido de Leonor teria um acordo verbal sobre um ponto comercial na região central.

Leonor conta que o marido tinha uma loja no ponto, cedido por Mussi. “Era um contrato verbal dele com meu marido, que vigorou até 1996, quando meu marido faleceu”, diz.

Mussi sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) e morreu. O processo movido contra ela é de autoria do filho de Nassib. “Ele me cobra um aluguel que não devo, pois fechei a loja em 1997”, afirma ela.

Segundo ela, a dívida seria no valor de R$ 1.000, correspondente a um mês de aluguel da época, sendo que a casa dela valeria R$ 250 mil. Representantes da imobiliária que entrou com a ação não quiseram se manifestar sobre valores.

A Justiça considera a possibilidade de um acordo entre as partes, mas o proprietário da imobiliária, Roberto Tebar Filho, informou que não cogita qualquer acordo e que a aposentada perdeu a casa porque tinha uma dívida e não pagou.

A briga judicial ocorre há 15 anos e o processo está sendo analisado pelo juiz da 4ª Vara Cível do Fórum de São José do Rio Preto, Marcelo Eduardo de Souza.