Idosa recebe alimento na veia em hospital do RS; é o 2º caso em 5 meses
Uma idosa de 91 anos está internada em estado gravíssimo depois de receber alimentação na veia. O alimento deveria ser ministrado em uma sonda estomacal, houve um erro de uma técnica de enfermagem. O caso ocorreu na noite do dia 1º, no hospital São Vicente de Paulo, em Osório (95 km de Porto Alegre), no litoral norte do Rio Grande do Sul, e é investigado pela Polícia Civil. É a segunda vez, em cinco meses, que um funcionário da instituição comente o mesmo equívoco.
O erro foi descoberto por um filho de Elsa Erica Linck que, em seguida que a técnica deixou o quarto, foi verificar o quadro da mãe. Ele percebeu o erro e logo a idosa começou a passar mal com dificuldade para respirar. Ela acabou sendo socorrida e encaminhada para uma UTI na cidade vizinha de Tramandaí.
O hospital avalia a conduta da funcionária como um "erro lastimável". Conforme a assessoria de imprensa da instituição, a técnica --que não teve a identidade revelada-- trabalhava havia quatro anos no local e, na noite do incidente, atendia a apenas quatro pacientes, o que faz com que se desconsidere sobrecarga de trabalho.
"A responsável estava muito agoniada, não tinha condições emocionais de dar maiores explicações. Foi um lamentável erro. Ela acabou pedindo demissão e dispensa do aviso prévio", afirmou o presidente do São Vicente de Paulo, o advogado Francisco Luiz Moro.
Esse é o segundo caso semelhante no São Vicente de Paulo em cinco meses. Em novembro do ano passado, o agricultor José Antônio da Silva, 91, estava internado por complicações respiratórias e morreu depois de ter uma piora.
Na ocasião, verificou-se que uma funcionária havia equivocadamente colocado a sonda que leva alimento ao estômago, na veia do paciente. Foi aberto um inquérito pela polícia e, conforme laudo da perícia técnica, o erro não foi a causa da morte.
O alimento teria entupido a agulha, antes de ingressar na corrente sanguínea. O idoso morreu por complicações decorrentes de suas enfermidades.
Para o presidente da instituição, o hospital não possui qualquer responsabilidade nos casos.
"Lamentavelmente [o erro] se repetiu. Todas as providências que o hospital poderia tomar foram realizadas. Se tratam de profissionais que tiveram o curso de técnico de enfermagem, com inscrição no Conselho Regional de Enfermagem e diploma. Se candidataram aos cargos [no hospital] e passaram", diz.
A polícia vai ouvir os médicos e enfermeiros que estavam de plantão na noite incidente para a realização do inquérito, que deve indiciar a técnica por lesão corporal culposa. A reportagem também tentou contato com o Conselho Regional de Enfermagem do RS, mas não obteve retorno. Já a família da idosa não foi encontrada para comentar o caso.
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