Justiça condena Thor a prestar serviços comunitários e pagar R$ 1 milhão
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou o empresário Thor Batista, nesta quarta-feira (5), a prestar serviços comunitários e a pagar multa de R$ 1 milhão pelo atropelamento e morte do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, na rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O acidente ocorreu no dia 30 de março de 2012.
A multa a ser paga pelo filho do empresário Eike Batista será destinada a uma entidade de cunho hospital ou de reabilitação de pessoas acidentadas no trânsito, de acordo com a decisão da juíza da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, Daniela Barbosa Assumpção de Souza.
A defesa pedia a absolvição de Thor e afirmava que ele ainda sofre com o acidente e sente angústia por ter sido incapaz de evitar o atropelamento. Os advogados também alegaram que o acordo em que Thor se dispôs a pagar R$ 630 mil a familiares de Santos não indica que ele assumiu ser culpado pela morte. "Fosse o caso de condenação, o que à toda evidência não é, estaria caracterizado o arrependimento posterior", registram as alegações finais.
No entanto, o acordo fechado com a família do ciclista fez com que a juíza responsável pelo caso determinasse a abertura de um novo processo criminal para investigar o acordo financeiro firmado entre o réu, a família da vítima e o bombeiro que prestou assistência no dia do acidente.
Segundo o MP (Ministério Público), o acordo previa o pagamento de R$ 270 mil ao advogado da família, R$ 100 mil a um bombeiro que teria ajudado a família e R$ 630 mil que seriam divididos entre uma tia e a companheira da vítima.
"O réu é filho de um dos empresários mais ricos do mundo, com fortuna estimada em US$ 19,4 bilhões, sendo certo que este é um dos signatários do milionário acordo de transação civil com a família da vítima", afirmou a magistrada.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Maria Vicentina Pereira, 50, mãe de criação e tia biológica do ciclista atropelado, chegou a dizer que Thor "comprou o nosso silêncio e, depois, nos traiu". Segundo Vicentina, o acordo tinha uma cláusula de confidencialidade que impedia ambas as partes de divulgar o valor. O teor do contrato veio à tona após um depoimento de Thor à Justiça, que foi divulgado pelo MP.
O atropelamento ocorreu quando Thor voltava de Petrópolis, na região serrana do Rio, com um amigo. Ele dirigia a Mercedes-Benz SLR McLaren pela Rodovia Washington Luís e atingiu o ajudante de caminhoneiro quando ele atravessava a pista de bicicleta.
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