Cerca de 10 mil pessoas acompanham discurso do papa do lado de fora da catedral do Rio
Cerca de 10 mil pessoas que não conseguiram entrar na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, no centro da cidade, na tarde desta quinta-feira (25), onde houve um encontro do papa Francisco com peregrinos e sacerdotes argentinos, acompanharam a cerimônia pelo serviço de som instalado do lado de fora da igreja.
A chuva não deu trégua, e a multidão ficou em silêncio durante a fala do pontífice, interrompida em alguns momentos pelo som dos helicópteros. Na saída do evento, o papa andou cerca de 20 metros e acenou para o grupo, em sua maioria peregrinos, que se dispersaram logo depois que o pontífice deixou o local.
Organizado às pressas a pedido do próprio pontífice, que queria se reunir em privado com compatriotas, o evento durou pouco mais de 30 minutos e foi realizado após a visita do papa Francisco à favela de Varginha, na zona norte do Rio.
O plano inicialmente divulgado era de que o papa faria uma missa. No entanto, Francisco se restringiu a um discurso de improviso.
Cerca de 5.000 peregrinos e prelados argentinos participaram do encontro dentro da catedral. Os fiéis foram identificados por crachás, em que constavam nome, nacionalidade e endereço de hospedagem. A entrada foi feita por ordem de chegada.
Discurso
O papa Francisco afirmou em seu discurso que a Igreja Católica precisa sair às ruas para que não se torne uma ONG (Organização Não Governamental).
"Eu quero agito nas dioceses, que vocês saiam às ruas. Eu quero que a Igreja vá para as ruas, eu quero que nós nos defendamos de toda acomodação, imobilidade, clericalismo. Se a Igreja não sai às ruas, se converte em uma ONG. A igreja não pode ser uma ONG", disse Francisco, em espanhol. "Eu peço desculpas aos bispos e aos padres se isso pode gerar uma confusãozinha para vocês também", afirmou na sequência.
Visivelmente mais descontraído do que em discursos anteriores, feitos em português, o pontífice disse que jovens e idosos estão excluídos da sociedade. "Acho que nesse momento a civilização mundial na verdade exagerou porque o culto ao deus dinheiro é tão grande que estamos em uma práxis de exclusão de dois polos da vida. Idosos e jovens. Saibam que nesse momento, vocês, os jovens e os idosos, estão condenados ao mesmo destino: o de exclusão. Não se deixem excluir."
Na sequência, Francisco disse que os idosos vivem uma "eutanásia cultural" porque a sociedade "não os deixa falar". "Os jovens tem que sair a lutar pelos valores. E os velhos têm que abrir a boca e nos transmitir as sabedorias dos povos." Sobre os jovens, o pontífice afirmou que a exclusão se dá também pelo desemprego. "É uma geração que não tem a dignidade do trabalho."
No final, Francisco discorreu sobre questões religiosas. "A fé em Jesus Cristo não é brincadeira. É uma coisa muito séria. É um escândalo que Deus tenha vindo se tornar um de nós e tenha morrido numa cruz. (...) Por favor, não liquidem a fé em Jesus Cristo. Essa fé não pode ser diluída, liquidificada. É a fé em Jesus, no filho de Deus feito homem."
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