Topo

Bênção atinge toda a favela, diz moradora visitada por papa Francisco no Rio

A dona de casa Maria Lúcia concede entrevista a jornalistas após receber a visita do papa Francisco em casa - Hanrrikson de Andrade/UOL
A dona de casa Maria Lúcia concede entrevista a jornalistas após receber a visita do papa Francisco em casa Imagem: Hanrrikson de Andrade/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

25/07/2013 13h05Atualizada em 25/07/2013 16h14

A doméstica Maria Lúcia Santos Penha, 61, dona da casa visitada pelo papa Francisco durante passagem pela favela de Varginha, nesta quinta-feira (25), na zona norte do Rio de Janeiro, afirmou que a bênção dada pelo pontífice à família "atinge as das outras famílias da comunidade".

Está na JMJ? Mande sua foto

Você vai participar da Jornada Mundial da Juventude? Registrou cenas curiosas de peregrinos? Fez imagens dos eventos e do papa Francisco? Envie para o UOL. Mande seu material, com uma breve descrição da imagem, por e-mail para vocemanda@uol.com.br. Pelo Twitter, envie fotos ou relatos citando o perfil de @UOLNoticias e utilizando a hashtag #vocemanda

Paraibana de Campo Grande e residente no Rio há 38 anos, Maria Lúcia disse ainda não ter dormido na noite anterior por conta da "ansiedade" para ver o papa de perto.

"Estávamos acompanhando quando ele entrou na capela São Jerônimo, na nossa comunidade, e ficamos na expectativa. Foi tranquilo. A família ficou junta”, disse. “Infelizmente, minha filha não está aqui, está trabalhando. Eu falei com ele que foi Deus mesmo [em referência ao fato de a casa ter sido escolhida]."

"Eu pensei que iria chorar de tanta emoção. Mas não. Eu pedi a ele benção, e disse: 'Papa Francisco, seja bem vindo'. Com certeza será muito bem acolhido por todas as famílias [da comunidade]”, afirmou. “A benção da minha casa certamente atinge as das outras famílias e a nossa comunidade."

A moradora afirmou que colocará a foto que Francisco tirou com a família Penha na parede da sala, e disse também se sentir "mais responsável" após ter sido abençoada pelo chefe da Igreja Católica.

Francisco ficou na residência por aproximadamente 20 minutos e, antes de sair, rezou uma Ave Maria. O papa Francisco chegou por volta de 10h50 à favela. Na comunidade, antes de discursar, fez uma breve oração em uma pequena capela, chamada São Jerônimo Emiliani, e, sob garoa, caminhou entre fiéis.

Opinião: Mário Magalhães

Comportamento franciscano do papa contrasta com escândalos da Igreja no Rio: apartamento de luxo, móveis de rico, carrões e flagra com dinheiro escondido

Exército acerta em vetar mascarados perto do papa: máscara é coisa de bandido potencial, seja ‘manifestante’ ou PM de balaclava

O pontífice ganhou de um fiel uma faixa do San Lorenzo, seu time de futebol de coração, de Almagro, na região metropolitana de Buenos Aires. Ele também foi presentado com um colar de carnaval, o qual chegou a usá-lo por alguns minutos.

A presença de Francisco provocou comoção da comunidade. Muitos fiéis choraram após serem abençoados pelo papa. Os presentes se amontavam na tentativa de se aproximar do pontífice, que ficou cercado por vários seguranças.

O trajeto entre a prefeitura, onde mais cedo ele recebeu as chaves da cidade e abençoou a bandeira olímpica, até a comunidade, foi feito em carro fechado. Durante todo o tempo Francisco manteve a janela aberta. Ao aproximar-se da comunidade, o pontífice embarcou no papamóvel, cumprimentou fiéis e abençoou várias crianças e idosos. Apesar do frio e da chuva, muitos fiéis se aglomeram nas ruas pelas quais a comitiva papal circulou até chegar à favela.