Após dois incêndios, Prefeitura de SP promete "melhorias" para a favela do Moinho
Em uma reunião realizada nesta segunda-feira (5), a Prefeitura de São Paulo prometeu "melhorias" para os moradores da favela do Moinho, localizada sob o viaduto Orlando Murgel, no centro da capital paulista. A comunidade, onde vivem cerca de 400 famílias, foi atingida por dois grandes incêndios nos anos de 2011 e 2012.
No primeiro incêndio, 1.200 famílias ficaram desabrigadas e duas pessoas morreram. Já no incidente do ano passado, pelo menos uma morte foi registrada e mais 300 pessoas perderam suas casas.
Em nota, a Secretaria Municipal de Habitação informou ter apresentado aos moradores um Termo de Acordo com medidas emergenciais e medidas de curto e médio prazo para “melhorar a qualidade de vida das famílias".
Entre as ações emergenciais, foram citados investimentos em iluminação pública, fornecimento de água e sistema de coleta de esgoto. As medidas de médio e longo prazo, segundo a secretaria, envolvem decisões judiciais e do Ministério Público, que irão regulamentar e apresentar a situação da área para um encaminhamento.
"A comunidade vai analisar e discutir sobre os pontos abordados e apresentar o nome dos seis representantes que irão compor o Grupo de Trabalho, que vai tratar do encaminhamento dos assuntos da comunidade", concluiu a nota enviada à imprensa ao final da reunião, que também reuniu membros da Secretaria Municipal de Relações Governamentais, da Subprefeitura Sé e representantes da comunidade.
Destruição de muros
Os moradores da favela do Moinho derrubaram no último domingo (5) parte de um muro de contenção, com cerca de 3 metros de altura, como rota de fuga em caso de novo incêndio na comunidade.
A ideia é que os moradores tenham pelo menos mais uma forma de sair da favela. A única saída atual se restringe à passagem pelos trilhos da linha de trem.
De acordo com a líder comunitária Alessandra Moja, 29, o muro foi construído após o primeiro incêndio com a justificativa de que seria por medida de segurança. "Existia um prédio do outro lado do muro, que também estava ocupado, e foi esse prédio que pegou fogo. Falaram que era preciso construir, porque iam demolir o prédio", explicou.
Hoje, no entanto, ela considera que o muro é um dos principais fatores de insegurança para os moradores. "O Corpo de Bombeiros já deu um laudo [dizendo] que se pegar fogo no começo da comunidade, morre todo mundo queimado".
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