Funcionários do governo do Rio, manifestantes pró-CPI dos Ônibus são exonerados
Carolina Farias
Do UOL, no Rio
23/08/2013 11h30
Dois dos 11 manifestantes detidos na quinta-feira (22) nos arredores da Câmara Municipal do Rio de Janeiro durante a primeira audiência da CPI dos Ônibus eram funcionários comissionados do governo do Estado e foram exonerados nesta sexta-feira (23). Todos foram encaminhados para a 5ª DP (Lapa) após uma confusão que começou no plenário da Casa e se estendeu ao lado de fora.
As galerias da Câmara foram divididas entre manifestantes contrários aos membros escolhidos para a CPI de um lado e, do outro, eleitores do vereador Chiquinho Brazão (PMDB), presidente da comissão. Os ativistas anti-CPI chamavam os opositores de milicianos. Os funcionários demitidos do governo estavam do lado pró-CPI.
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Vereador Chiquinho Brazão (PMDB), eleito presidente da CPI dos Ônibus no RioLeandro Carlos de Souza e Maicon Justino Soares exerciam cargos comissionados na Secretaria de Estado de Governo, que publicou nesta sexta-feira a exoneração. De acordo com a pasta, eles foram demitidos por terem participado, sem autorização, de manifestação durante o expediente de trabalho.
Souza ocupava o cargo de Assistente 2, de acordo com o “Diário Oficial”, e Soares exercia a função de Ajudante 1. A secretaria não especificou quais as atribuições dessas funções. De acordo com a pasta, como a detenção ocorreu na tarde de quinta, houve tempo hábil para publicar a exoneração já nesta sexta.
Na delegacia, a dupla e os demais detidos na quinta-feira foram autuados por ameaça e também classificados como vítimas. Houve ainda um registro de lesão corporal. Todos os envolvidos assinaram o termo circunstanciado e foram liberados. Os casos foram encaminhados ao Jecrim (Juizado Especial Criminal).
Dentro da Câmara, ao menos cem manifestantes ocuparam as galerias durante audiência que ouviu o atual secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, e o ex-titular da pasta Alexandre Sansão. A comissão investiga irregularidades na licitação das linhas de ônibus que operam na cidade, realizada em 2010.
Durante a audiência, uma mulher jogou um tênis no vereador Renato Moura (PTC), mas atingiu apenas a cadeira onde ele estava sentado. Ela foi retirada do local. Os manifestantes pedem, entre outras reivindicações, a anulação da reunião de instalação da CPI dos Ônibus e a realização de nova sessão para instalar a comissão "de forma legítima".
Na noite de quinta, a Justiça determinou a suspensão dos trabalhos da CPI até que os parlamentares expliquem a composição da comissão.
Proposta pelo vereador Eliomar Coelho (PSOL), a CPI é presidida por Brazão e tem como relator o vereador Professor Uóston (PMDB). Além deles, compõem a comissão os vereadores Jorginho da SOS (PMDB) e Renato Moura (PTC). Os quatro últimos são da base governista e não assinaram o requerimento da CPI.