Mesmo com 2 mortes, lei do voo livre espera aprovação há mais de 1 ano no Rio
Em meio a polêmica causada por um vídeo publicado na internet no dia 22 de agosto que mostra o instrutor de voo Luiz Gonzaga Pereira de Souza e o vendedor Sudmar Franzin desesperados ao entrar em uma nuvem durante um voo duplo de parapente na Pedra Bonita, em São Conrado, zona sul do Rio, a Câmara de vereadores da cidade deve votar ainda esta semana o Projeto de Lei 1357/2012, do vereador Marcelo Piuí (PHS), que regula a prática do voo livre duplo comercial.
Em março do ano passado, a jovem Priscila Boliveira morreu ao cair de um voo de parapente no mesmo local. O instrutor, Alan Figueiredo, foi acusado de negligência. Meses depois, em agosto, o instrutor Wanderley Coelho, o Delei, morreu ao cair de um voo duplo de asa delta.
ACIDENTE EM SANTA CATARINA
Um jovem de 28 anos ficou enroscado na copa de uma árvore depois de sofrer um acidente quando voava de parapente pela região que fica entre o limite de Capinzal e Campos Novos (a aproximadamente 400 km de Florianópolis). Ele levou três horas até ser resgatado pelos bombeiros.
O projeto, aprovado pela Câmara na primeira votação e vetado pelo prefeito Eduardo Paes, volta agora a ordem do dia, e caberá aos vereadores decidirem se mantêm ou não o veto.
Segundo Piuí, a regulamentação é importante tanto para quem salta quanto para os instrutores. “O Rio foi pioneiro no Brasil no voo duplo. Apesar de termos uma norma nacional, é preciso uma regulamentação local para a segurança dos instrutores e de quem voa”, afirma.
Segundo ele, em muitos casos as escolas vendem o salto como parte de um curso de instrução de voo em que os alunos acabam participando apenas da primeira aula como subterfúgio. “É preciso regular para evitar os voos ilegais.”
Vice-presidente do Clube São Conrado de Voo Livre, Augusto Prates, onde ocorreu o acidente com Franzin e Pereira, diz apoiar a lei, mas defende que os voos praticados no clube são legais. “Nós fazemos um voo de instrução, não um voo comercial. É como o batismo do curso de mergulho, em que a pessoa faz a aula e depois decide se quer continuar o curso ou não”, afirma.
Para ele, o que ocorreu com Pereira foi fruto de um excesso de confiança. “O que nós vimos ali foi a imprudência de um instrutor, uma exceção. Dentro da nuvem ele perdeu o controle do emocional, como poderia ter acontecido com qualquer pessoa.”
O vídeo do voo, de 13 minutos, foi visto mais de 300 mil pessoas desde que foi publicado. É possível ver o desespero de Sudmar e do instrutor ao se darem conta da situação. Sem conseguir sair da nuvem, Pereira afirma não saber onde está e pede, “vamos rezar”.
Depois do sufoco, a dupla pousou no Itanhangá Golf Club. O instrutor, com mais de 20 anos de prática, foi afastado pela Associação Brasileira de Voo Livre e deve passar por uma recapacitação e avaliação psicológica, antes de voltar a voar.
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