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Em 2º dia de júri do caso Juan, delegados e peritos devem ser ouvidos

Carolina Farias

Do UOL, em Nova Iguaçu (RJ)

10/09/2013 11h15

O segundo dia do julgamento dos quatro policiais militares acusados das mortes do menino Juan de Moraes, 11, e de Igor de Sousa, 17, começou por volta das 11h desta terça-feira (10). A previsão é de que seis testemunhas da acusação --dois delegados e quatro peritos-- sejam ouvidos. Um dos delegados é Ricardo Barbosa, que presidiu a investigação pela DH (Divisão de Homicídios).

Os policiais militares Isaías Souza do Carmo, Edilberto Barros do Nascimento, Ubirani Soares e Rubens da Silva são acusados das mortes dos adolescentes e da tentativa de mais outros dois jovens.

Os PMs também são acusados de tentativas de homicídio contra Wesley Felipe Moraes da Silva, irmão de Juan, e Wanderson dos Santos de Assis e ocultação de cadáver, pois o corpo de Juan foi encontrado somente dez dias após os crimes, que ocorreram na noite de 20 de junho de 2011 na comunidade do Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

As vítimas foram mortas em uma suposta ação do 20º Batalhão da Polícia Militar na favela. Sete jurados vão avaliar as teses da acusação e defesa para decidir sobre o futuro dos acusados. Ao todo, Promotoria e defesa chamaram 35 testemunhas. A previsão é de que o julgamento dure quatro dias.

Primeiro dia

O primeiro dia de julgamento, na segunda-feira (9), foi marcado pelo atraso do início da sessão e um acordo entre a Promotoria e a defesa sobre a presença de Juan no local.

A mãe do menino disse que PMs a procuraram em sua casa após a morte de seu filho. Emocionada, Rosineia Maria Moraes, prestou depoimento no julgamento dos policiais militares acusados do crime. "Estava no hospital [com Wesley] e minhas vizinhas me ligaram dizendo que viram homens lá me procurando e também homens fardados", disse.

Wesley de Moraes, irmão do menino Juan, está no programa de proteção às testemunhas e também prestou depoimento na segunda. Ele e Wanderson dos Santos de Assis sobreviveram aos tiros que receberam naquela noite de junho de 2011.

O jovem disse que viu quando o irmão caiu após levar um tiro e tentou correr para socorrê-lo, mas foi atingido por um tiro na perna direita. "Não tive como [chegar perto dele]. Era muito tiro. Ficavam batendo no chão, no concreto", disse o irmão do garoto. Quando tentou se proteger voltando para o beco, Wesley ainda levou um tiro no ombro, que atravessou seu corpo. Ele mostrou as marcas aos jurados, à pedido da promotoria.