Advogados suspeitos de integrar facção em Santa Catarina são libertados
A juíza Jussara Wandscheer, que conduz em Itajaí (100 km de Florianópolis) o megajulgamento dos 98 réus suspeitos de integrar a facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense), determinou a soltura, nesta terça-feira (17), dos três advogados acusados de repassar ordens de presos para comparsas nas ruas.
A facção ordenou ataques a ônibus e prédios públicos em novembro do ano passado e em fevereiro, para obter regalias nas cadeias. Os réus podem pegar penas de dois a dez anos.
Os advogados foram ouvidos pela juíza Wandscheer e libertados, mas continuam réus no processo --eles responderão em liberdade. Os réus não poderão entrar em presídios do Estado nem atuar em casos penais enquanto o processo contra não for julgado.
Eram cinco os advogados acusados pelo MPE (Ministério Público Estadual) de ajudar o PGC. Os três soltos são Simone Gonçalves Vissotto, Gustavo Gasparino Becker e João de Souza Barros Filho.
Fernanda Fleck Freitas e Francine Bruggemann, que se notabilizou por tirar a blusa em protesto no momento de sua prisão, já tinham tido suas prisões revogadas antes, em outras instâncias da Justiça. Os cinco negam as acusações.
Julgamento em cadeia
O megajulgamento ocorre num tribunal improvisado na cadeia de Canhanduba, em Itajaí. O processo corre em segredo de Justiça.
As audiências dos 98 réus começaram dia 9. Deles, 55 estavam presos, seis foragidos e 14 respondem em liberdade.
Outros 23 são interrogados por videoconferência pela internet. Eles são os membros do PGC transferidos para fora do Estado em fevereiro, movimento que debelou a última onda de ataques.
Foram 58 atentados em 16 cidades em novembro e 114 em 37 cidades na de fevereiro.
A acusação é comandada pelo promotor Flávio Duarte de Souza.
O depoimento mais importante para a acusação até agora foi o do preso Davi Schroeder, apelidado Gangster, que desafiou a liderança do PGC e repassou às autoridades segredos da facção. Medidas extras de segurança foram tomadas para protegê-lo.
Como a acusação central do processo é de formação de quadrilha (para os ataques incendiários) e narcotráfico, o depoimento de Schroeder teria servido para caracterizar a existência do PGC.
A previsão inicial era encerrar a fase de depoimentos nesta quarta (18). Um prazo de 10 dias será aberto para defesa. A juíza Wandscheer dará sentença em outros 10 dias.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.