Após dez anos em queda, diferença salarial entre homens e mulheres aumenta
Dados da Pnad 2012 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados nesta sexta-feira (27), mostram que os homens ainda ganham mais do que as mulheres, e que a diferença entre os salários voltou a crescer após dez anos em declínio. No ano passado, o rendimento médio mensal das mulheres era equivalente a 72,9% do dos homens. Já em 2011, tal proporção era maior: 73,7%.
Quanto aos números absolutos, já com a correção da inflação, os homens recebiam uma média salarial de R$ 1.698,00 --R$ 100 a mais do que em 2011. As mulheres, por sua vez, ganhavam R$ 1.238,00 --R$ 60 a mais. Os resultados mostram que houve uma interrupção da tendência de aproximação dos salários.
EDUCAÇÃO
As mulheres são maioria entre os brasileiros com ensino médio e superior. Enquanto elas estão 15% mais presentes no ensino médio, a diferença chega a 36% mais mulheres com ensino superior do que homens. Mais de 8 milhões de brasileiras estudaram mais de 15 anos contra 6 milhões de homens.
Os homens, mesmo tendo menor número de pessoas com cinco anos ou mais, têm mais analfabetos. São 9,2 milhões de não alfabetizados contra 8,9 das mulheres. Eles também se declaram mais proporcionalmente como negros e pardos.
Desde 2004, quando a proporção registrada pela Pnad foi de 63,6%, as mulheres estavam cada vez mais perto de ter rendimento igual ao dos homens. De 2009 a 2011, o salário médio mensal real das mulheres cresceu R$ 452, e a proporção passou de 67,1% (2004) para 73,7% (2011). Em 2007, ocorreu uma leve variação no número, que praticamente permaneceu o mesmo.
Em dez anos, segundo o IBGE, houve diminuição de quase dez pontos percentuais na desproporcionalidade salarial entre homens e mulheres. "As mulheres são a maioria da população, mas ainda são a minoria no mercado de trabalho, embora esse número tenha crescido", afirmou a técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento, Adriana Beringuy.
Os dados usados pelo IBGE sofreram alteração em 2012. Até este Pnad o salário era computado para os maiores de 10 anos, agora, apenas os empregados com mais de 15 anos entram nos dados. O órgão informa que a mudança é apenas um ajuste, com pouco impacto no resultado final.
A região Norte é que possui menor desigualdade entre os salários de homens e mulheres: proporção de 84,42%, sendo esta uma tendência que se manteve em relação a 2011. Já na região Sul, as mulheres recebem, em média, até 69,27% do rendimento masculino.
1/3 das mulheres recebe até 1 salário mínimo
Outra forma usada pelo IBGE para verificar a diferença entre o rendimento de homens e mulheres é por meio da proporção de pessoas que recebiam, em 2012, até um salário mínimo. Segundo a Pnad, 23,7% dos homens empregados recebiam até um salário mínimo, enquanto para as mulheres este percentual era de 33,3%.
Além disso, havia proporcionalmente mais mulheres empregados sem remuneração ou que recebiam somente em benefícios (9%) do que homens na mesma condição (4,9%).
Amapá tem média salarial mais alta do que SP
As mulheres de 15 anos ou mais que estavam empregadas no Estado do Amapá tinham, em 2012, rendimento mensal médio -- incluindo a inflação-- maior do que em São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, segundo a amostra do IBGE.
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- http://noticias.uol.com.br/enquetes/2013/09/27/homens-ganham-mais-do-que-mulheres-voce-concorda-com-isso.js
No Amapá, a média salarial das mulheres foi de R$ 1.480. Já em São Paulo, o rendimento mensal médio era de R$ 1.472, enquanto no Rio o mesmo índice estava em R$ 1.407. A menor média salarial foi registrada nos Estados do Piauí e de Alagoas (R$ 838).
Em Brasília, por sua vez, estão os rendimentos médios mensais mais altos do Brasil, tanto para homens (R$ 3.145) quanto para mulheres (R$ 2.356).
Mulheres desocupadas
Do total de pessoas consideradas desocupadas no país, isto é, as que não trabalham e estão à procura de emprego, as mulheres são maioria: 57,8%. Ainda assim, houve uma leve redução nesse quesito em relação a 2011.
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- http://noticias.uol.com.br/enquetes/2013/09/27/voce-acredita-que-o-analfabetismo-no-brasil-vai-voltar-a-aumentar.js
No ano passado, foram contabilizadas 6,1 milhões de pessoas que se declararam desocupadas, das quais 3,5 milhões eram mulheres. Entre elas, 2,3 milhões afirmaram que já haviam trabalhado antes, e pouco mais de um milhão disse nunca ter trabalhado.
Já em 2011, das mais de 6,6 milhões de pessoas que estavam desocupadas, 3,9 milhões eram mulheres.
Tal como observado por Adriana, embora sejam maioria em relação ao contingente populacional, as mulheres ainda são minoria no mercado de trabalho. Das quase 94 milhões de pessoas empregadas em 2012, 54 milhões eram homens --predominância de 57,6%.
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