PM que jogou jovem de ponte em SP é indiciado por tentativa de homicídio

A Corregedoria da Polícia Militar indiciou o soldado Luan Felipe Alves Pereira, que jogou um jovem de uma ponte na zona sul de São Paulo no início do mês, por tentativa de homicídio. O policial militar está preso no Presídio Militar Romão Gomes desde 5 de dezembro.

O que aconteceu

Além de Luan, outros seis agentes foram indiciados. Conforme a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo), os seis tiveram suas ações na ocorrência individualizadas e foram indiciados por lesão corporal, peculato culposo e prevaricação. Não foi informado o número de agentes indiciados por cada um dos crimes. Os nomes deles também não foram divulgados pela pasta.

O IPM (Inquérito Policial Militar) foi finalizado e encaminhado ao Tribunal de Justiça Militar. Agora, a Justiça Militar deve solicitar a manifestação do Ministério Público, que decidirá se oferece denúncia contra os agentes, pede novas ou mais informações do caso à corregedoria ou arquiva a ação.

Agentes seguem afastados de suas funções. "Os policiais também respondem na esfera administrativa, que apura a conduta dos envolvidos", divulgou a secretaria, acrescentando que a Polícia Civil também investiga o caso.

A vítima disse ao Fantástico (TV Globo) que "quase morreu na mão de um policial que estava desequilibrado". Em depoimento, Marcelo Amaral relatou que, após ser alcançado pelos agentes em uma perseguição, foi agredido por Luan com golpes de cassetete na cabeça e nas costas. Depois, ele foi conduzido até a ponte, de onde foi jogado.

As defesas de Luan e dos outros agentes indiciados não foram encontradas para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para a manifestação.

Relembre o caso

O caso aconteceu na noite do dia 1º de dezembro e foi registrado por uma testemunha. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que determinou o afastamento imediato de 13 policiais militares envolvidos na ocorrência.

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Militares pertencem ao 24° Batalhão da PM, localizado na cidade de Diadema, na Grande SP. "A instituição repudia veementemente a conduta ilegal e instaurou um inquérito para apurar os fatos e responsabilizar todos os agentes. A Polícia Militar reitera seu compromisso com a legalidade e não tolera desvios de conduta", diz nota enviada ao UOL.

Jovem arremessado de ponte não teve ferimentos graves. Ele passou a ser perseguido por PMs da Rocam após fugir de uma abordagem quando conduzia uma moto sem placa em Diadema, na Grande São Paulo.

Ele foi interceptado pela PM em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, após perseguição de dois quilômetros. De acordo com o registro policial, os agentes não encontraram nada ilícito durante a abordagem, pouco antes de o jovem ter sido arremessado da ponte. Na cena registrada em vídeo por uma testemunha, há a participação de ao menos quatro policiais militares.

Polícia Militar disse que garrafas, pedras e pedaços de madeira foram arremessados na direção dos agentes durante a perseguição. Nenhum se feriu na ocasião.

Registro só foi feito em base da força tática da PM. No documento, os policiais militares que participaram da ocorrência disseram que o local era de risco por ser reduto histórico de bailes funk. Luan omitiu no registro policial que o jovem foi jogado da ponte.

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