Vizinho da Perimetral leva cachorro para abrigo, e diz ter "perdido o domingo" com implosão
Das 130 pessoas que foram retiradas de casa neste domingo (24) em função da demolição de um trecho do Elevado da Perimetral, na zona portuária do Rio de Janeiro, cerca de 20 foram levadas para o Clube dos Portuários, na mesma região, ainda durante a madrugada.
O comerciante Ricardo Oliveira da Silva, 35, que mora de frente para o antigo trecho do viaduto --detonado em aproximadamente cinco segundos--, foi obrigado a levar até a sua cadela, Katy.
"Tive que sair até com o cachorro. Estou doido para voltar e ver como estão as coisas lá em casa com a poeirada toda e com a força do concreto caindo. Não sei como estão as coisas, como luz e televisão. Tenho que aguardar para ver se tem alguma coisa quebrada, algum dano, e ver como isso vai ficar. Infelizmente, daqui a gente não pode fazer nada", disse.
"Acabei perdendo o domingo, e como eu trabalho de segunda a sábado, só tenho o domingo para descansar. Vou ter que chegar lá e ainda trabalhar arrumando as coisas", completou ele, que é dono de um bar que funciona no mesmo imóvel onde mora.
Internauta registra implosão
Silva afirmou ter sido notificado pela Defesa Civil Municipal sobre a necessidade de evacuação na sexta-feira (22). O comerciante saiu de casa com a família e o animal de estimação às 4h45 de hoje. "Eram 4h45 e eles já estavam lá gritando na minha porta", relatou.
Residente na avenida Rodrigues Alves, onde se dá a maior parte do Elevado da Perimetral, Silva ainda não sabe se terá que procurar uma nova moradia em função das obras que estão sendo realizadas para revitalizar a região --muitos terrenos ao longo da via estão sendo desapropriados.
"Não quero sair dali. É o melhor local que eu já morei. Já morei em muitos lugares. Hoje em dia, se me pedissem para morar em outro lugar, eu não iria querer", afirmou.
Veja diversos ângulos da implosão
Implosão da Perimetral
Parte do Elevado da Perimetral foi implodido neste final de semana, no Rio. Entenda a ação clicando aqui
"A Perimetral não me incomodava em nada. Com ou sem Perimetral, não faz diferença", completou Silva.
Já Róbson da Silva de Souza, 53, que mora e trabalha como vigia em um barracão da escola de samba Acadêmicos da Grande Rio, na avenida Rodrigues Alves, comparou o transtorno provocado pela derrubada da Perimetral com o período do Carnaval, quando muitas ruas da zona portuária são fechadas em razão do deslocamento de carros alegóricos.
"Com a criação da Via Binário, muita coisa mudou ali. O transtorno é grande. Perto de onde eu moro, por exemplo, não tem mais semáforo. É um transtorno pior do que na época do Carnaval", disse.
Souza relatou que o processo de evacuação se deu de forma "tranquila", e disse não ter nada a reclamar. "Meu domingo já foi embora, mas não estou incomodado. Os funcionários da prefeitura foram muito educados e nos deram café da manhã", declarou ele, que mora na zona portuária há dez anos.
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