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Dois presos pulam muro de três metros e fogem de penitenciária em São Luís

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

26/12/2013 14h18

Dois presos fugiram da UPR (Unidade Prisional de Ressocialização), na noite desta quarta-feira (25), localizada no bairro Olho d’Água, em São Luís.

Os presos colocaram toalhas nas câmeras para que os agentes penitenciários não vissem a movimentação dentro do pavilhão 1 por meio do sistema de monitoramento de imagens.

A ação envolveu 16 presos, que serraram as grades da cela, tiveram acesso ao pátio da unidade, mas apenas dois conseguiram fugir pulando o muro, de três metros de altura.

Agentes penitenciários só notaram a movimentação dos presos quando eles já estavam no pátio tentando pular o muro. A Polícia Militar foi acionada e, apesar das buscas, nenhum fugitivo foi recapturado. A Sejap (Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária) informou que os presos que fugiram são Leonilson de Souza e Leilson Silva.

Fuga abortada

Presos da CCPJ (Central de Custódia de Presos de Justiça), localizada no bairro do Anil, em São Luís, tentaram fugir por um túnel, nessa terça-feira (24). Cerca de 80 homens estavam se preparando para fugir quando o túnel foi descoberto por agentes penitenciários.

O túnel tem 10 metros e saía da cela 6, do pavilhão externo, para o pátio da CCPJ. A Sejap informou que os presos envolvidos na construção do túnel foram separados dos demais.

Estupros e mortes Pedrinhas

O sistema prisional do Maranhão vem passando por problemas constantes por conta da ação de grupos criminosos que agem dentro das unidades prisionais.

É constante a ocorrência de fugas, assassinatos e até estupros.  Todos os crimes estão ligados à disputa entre as facções “Bonde dos 40” e “PCM” (Primeiro Comando do Maranhão), ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

O juiz auxiliar da Presidência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Douglas Martins, constatou que mulheres e irmãs de presos estariam sendo estupradas por líderes das facções criminosas durante as visitas íntimas.

Segundo Martins, as mulheres estariam sendo obrigadas a ter relações sexuais com líderes para que os familiares não sejam assassinados nos presídios.

“As parentes de presos sem poder dentro da prisão estão pagando esse preço para que eles não sejam assassinados. É uma grave violação de direitos humanos”, afirmou o juiz, que visitou o Complexo de Pedrinhas para avaliar a situação do local na última sexta-feira (20).

A custódia dos presos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas está sendo feita com ajuda de homens da FNS (Força Nacional de Segurança) desde outubro, após uma série de rebeliões e 18 mortes ocorridas num período de 17 dias.

Somente este ano foram 59 mortes de presos. O mais recente assassinato ocorreu na última segunda-feira (23). O preso Antônio de Lima Filho foi encontrado morto no Presídio São Luís 2.

O UOL entrou em contato com a Sejap, na tarde desta quinta-feira (26), mas ninguém atendeu as ligações telefônicas.