Cabral diz que vai manter valor de passagens de trens, metrô e barcas no Rio
Um dia após o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), decretar o aumento da tarifa de ônibus na cidade de R$ 2,75 para R$ 3, o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), divulgou nota nesta sexta-feira (31) informando que decidiu manter os valores atuais das tarifas de trens (R$ 2,90), barcas (R$ 3,10, no Bilhete Único) e metrô (R$ 3,20).
Em dezembro o novo valor de R$ 3,10 para a passagem de trem chegou a ser anunciado para vigorar a partir do dia 2 de fevereiro. O anúncio foi o estopim para a retomada de uma série de protestos contra reajustes de tarifas na capital.
BLOG DO MÁRIO MAGALHÃES
A nova tarifa de ônibus no Rio, R$ 3, passa a valer em 8 de fevereiro, cumprindo o aumento de 9% anunciado ontem à noite pela prefeitura. Cinco dias depois, haverá manifestação contra o reajuste, convocada pelo Fórum de Lutas Contra o Aumento da Passagem. Com o objetivo, não declarado, de esvaziar protestos como esse, o prefeito Eduardo Paes ampliou o passe livre para estudantes da rede pública (ensino fundamental e médio) e para universitários de baixa renda.
Mário Magalhães, blogueiro do UOLDe acordo com a nota, a Secretaria de Estado de Fazenda fará um estudo para definir como compensar as concessionárias SuperVia –que administra o sistema de trens—e MetrôRio pela ausência de reajuste.
Já existe uma lei estadual (6.138/2011) que institui a tarifa social e define que as despesas de execução tarifária do sistema de barcas sejam subsidiadas pelo Fundo Estadual de Transporte.
As tarifas de ônibus vão aumentar a partir de 8 de fevereiro. O reajuste autorizado pelo prefeito, de 9,09%, foi publicado no "Diário Oficial do Município".
Nas redes sociais, a reação foi imediata. Há ao menos dois protestos contra o reajuste marcados para as próximas duas semanas. Os atos contam com a adesão de mais de 10 mil pessoas no Facebook.
"Catracaço"
Na noite de quinta-feira (30), manifestantes ocuparam a estação de trem da Central do Brasil, no Centro do Rio, em uma manifestação contra a Supervia e a má qualidade no transporte público da cidade.
Usuários, incentivados por cerca de cem manifestantes, pularam ou passaram por baixo das catracas que dão acesso às plataformas, sem pagar a tarifa. O número de pessoas que não pagaram a passagem não foi divulgado, mas a Supervia afirma que 21 catracas foram quebradas.
Por volta das 20h30, os próprios agentes da Supervia liberaram a entrada gratuita dos usuários. A medida foi comemorada pelos manifestantes. O ato, chamado pelos ativistas de "catracaço", foi acompanhado de perto por policiais militares e agentes de controle da Supervia. O grupo chegou ao local por volta das 18h30, quando a estação estava lotada.
No Rio, as manifestações que começaram em junho passado, sob a bandeira do combate ao reajuste da passagem de ônibus, prosseguiram ao longo do segundo semestre e prejudicaram a imagem do governador. Em pesquisa do Ibope, divulgada em dezembro, a administração de Cabral permanecia com apenas 18% de avaliação positiva e 74% de rejeição, entre eleitores. (Com Estadão Conteúdo e Valor Econômico)
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