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Para MP, envolvidos em morte de cinegrafista irão a júri popular

Julia Affonso

Do UOL, em São Paulo

12/02/2014 17h37

A promotora Cláudia Condack, que vai receber o inquérito sobre a morte do cinegrafista da "TV Bandeirantes" Santiago Andrade, atingido por um rojão na última quinta-feira (6) enquanto cobria uma manifestação no centro do Rio, disse acreditar nesta quarta-feira (12) que os dois suspeitos no caso vão responder por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) e irão a júri popular.

Também nesta quarta, o chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, afirmou que o inquérito sobre a morte do cinegrafista será entregue à Justiça na próxima sexta-feira (14). Fábio Raposo, 22, Caio Silva de Souza, 23, estão presos, acusados do crime. Souza foi encontrado em uma pensão em Feira de Santana, na madrugada. 

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“Vou analisar o conteúdo do inquérito e verificar qual será a tipificação para o fato. Eu acredito que o delegado tenha sido bastante diligente na produção de prova”, afirma. “Se ficar configurado o tipo de crime, doloso contra vida, eles [Caio Silva de Souza e Fábio Raposo] devem ser submetidos a um júri popular”, disse Cláudia.

Souza é acusado de acender o rojão que matou o cinegrafista e Raposo foi indiciado pelos crimes de explosão e tentativa de homicídio qualificado.

Condack disse que os crimes devem se configurar como homicídio doloso, por causa da “letalidade do instrumento utilizado, acionado a uma multidão”. Segundo ela, isso deixaria evidente que ambos assumiram o risco de morte.

“A acusação se funda não no dolo direto. Ninguém está dizendo que eles saíram de casa com a intenção de matar. Pelo que eu acompanhei, acredito que eles agiram com dolo eventual”, diz. “O sujeito se colocou diante de um cenário e mesmo assim decidiu acionar o artefato”.

Suspeito de acender o rojão, Caio Silva de Souza, 23, se manteve em silêncio desde que foi preso em uma pensão em Feira de Santana (BA), na madrugada desta quarta-feira (12), segundo o responsável pela investigação, delegado Maurício Luciano da 17ª DP (São Cristóvão). Em entrevista à “TV Globo”, no entanto, ele disse ter acendido o rojão.

"O Caio, assim que foi preso, não esboçou reação. Disse que não falaria a respeito do fato. Agora, sendo ouvido na delegacia manteve esse posicionamento. O Caio não admitiu nem negou o que lhe é atribuído", afirmou. "Mesmo sem confissão, as provas são contundentes."

De acordo com o delegado, a polícia ficou sabendo na segunda-feira, por meio dos canais de inteligência, que Caio saiu do Rio de Janeiro com destino a uma cidade do Nordeste. "Pedi a uma equipe minha que fosse à Rodoviária Novo Rio [na capital fluminense] e confirmamos que ele havia comprado, na segunda pela manhã, uma passagem com destino a Ipu, no Ceará (onde moram avós paternos). A partir daí, iniciamos um trabalho de monitoramento", afirmou o titular da 17ª DP.

O delegado disse que o suspeito tem um jeito de ser na vida particular e outro quando está em grupo. Luciano acompanhou Souza no voo que o levou de Salvador para o Rio de Janeiro.

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