Josmar Jozino

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PCC: Justiça decide não levar Fuminho a júri por morte de Gegê do Mangue

A Justiça do Ceará decidiu não levar a júri Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, pelos assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, mortos a tiros em fevereiro de 2018, na região metropolitana de Fortaleza.

O Ministério Público e a Polícia Civil cearense acusaram Fuminho de ser o mandante dos homicídios de Gegê e Paca, integrantes da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital). Eles foram mortos porque teriam desviado dinheiro da facção criminosa.

Três juízes da Vara Criminal de Aquiraz (CE) entenderam que os indícios contra Fuminho não foram comprovados e que há um vácuo de provas quanto à autoria e à participação dele nas mortes.

Para os magistrados, diante da ausência de provas contra Fuminho, a denúncia contra ele deve ser rejeitada. Os juízes revogaram a prisão preventiva do acusado.

Fuminho só não vai ser solto porque cumpre pena de 26 anos e 11 meses por tráfico de drogas, posse e comercialização de armas e formação de quadrilha. Ele foi condenado em outubro de 2022 pela 2ª Vara Criminal de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.

Segundo a Justiça paulista, Fuminho era o dono de 450 kg de cocaína, 8 kg de maconha, 4 fuzis, 3 rifles, 2 espingardas, 3 carabinas, 3 submetralhadoras, 11 pistolas e uma garrucha apreendidos em um sítio em Juquitiba (SP), em 14 de março de 2013.

Fuminho passou a ser investigado logo após as mortes de Gegê e Paca, quando um bilhete foi apreendido na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, forte reduto do PCC em São Paulo.

A mensagem o apontava como mandante do duplo homicídio. Autoridades carcerárias e o Ministério Público de São Paulo chegaram a dizer que Fuminho tinha coordenado os assassinatos cumprindo ordem expressa de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, principal líder do PCC. Fuminho é apontado pelo Ministério Público como braço direito de Marcola.

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Marcola sempre negou ter ordenado as mortes de Gegê e Paca. Ele e Fuminho estão presos na Penitenciária Federal de Brasília e já tinham cumprido pena juntos em São Paulo.

Fuminho ficou 21 anos foragido do sistema prisional paulista e foi preso em 2020, na cidade de Maputo, em Moçambique.

Além de Fuminho, outros nove réus foram processados por envolvimento nos assassinato de Gegê do Mangue e Paca. Ao menos cinco acusados vão à júri popular.

Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, apontado como o coordenador e um dos autores do duplo homicídio, foi assassinado a tiros de fuzil no Tatuapé, zona leste paulistana, uma semana após as mortes de Gegê e Paca.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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