O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse em entrevista coletiva neste sábado (8) que o final da greve dos garis lhe devolveu o controle da situação. Anteriormente, o prefeito havia dito que não se tratava de greve e sim, de “motim”. Questionado como se sentia como capitão da cidade, ele respondeu: “Me senti como um capitão que retomou o controle da nau”. O acordo colocou fim à greve que durou 8 dias.
Opinião: Prefeito diz que volta a controlar o Rio. Mas é o povo que retoma o poder
A categoria receberá aumento de 37% no salário base, que passa de R$ 804 para R$ 1.100. O tíquete alimentação diário teve elevação maior: de R$ 12 para R$ 20, um aumento de 66%.
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Os garis se comprometeram a voltar ao trabalho ainda neste sábado.
Eduardo Paes afirmou que será preciso fazer um “esforço orçamentário” por causa do aumento salarial dos garis, mas ainda não sabe dizer que cortes serão feitos e em que áreas. Ele insistiu, entretanto, que os garis merecem porque “são a alma da cidade”.
Em nota, o prefeito elogiou os garis. “Todos nós, cariocas, temos um enorme orgulho dos nossos garis. Vamos fazer um esforço orçamentário. Esta é uma proposta generosa para uma categoria que merece ser muito bem remunerada. Já vínhamos, ao longo dos anos, aumentando o piso salarial dos garis. É uma categoria especial, importante para cidade. Fico feliz por ter chegado a um entendimento”.
O prefeito do Rio agradeceu a intervenção do TRT-RJ, que convocou a reunião para este sábado com o intuito de chegar a um acordo para o fim da paralisação. Durante a reunião com a comissão dos trabalhadores e representantes da prefeitura, o desembargador Carlos Alberto Drummond chegou a pedir uma trégua e o fim imediato da greve –com o comprometimento de que haveria nova reunião em um mês. Ele se mostrou preocupado com a falta de entendimento e com a chegada das "chuvas de março", que poderiam causar uma "catástrofe" no Rio de Janeiro.
Acordo põe fim à greve dos garis no Rio
Segundo Paes, com a retomada imediata da coleta de lixo, a situação será normalizada em dois ou três dias, de 48 a 72 horas e convocou todos os garis da cidade, mesmo os que estão de folga, para recuperar o tempo perdido.
O prefeito afirmou que os dias não trabalhados precisarão ser repostos, mas que não haverá demissões. "Eu nunca quis, em momento algum, demitir garis", afirmou. “É uma categoria muito especial e, infelizmente, não deu para dar tudo o que eles pleiteavam.”