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Após ocupar favelas no Rio, Bope faz buscas por 15 traficantes procurados

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

13/03/2014 10h15Atualizada em 13/03/2014 11h37

Após ocupar as favelas da Vila Kennedy e da Metral, na zona oeste do Rio de Janeiro, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) começou uma varredura a fim de prender traficantes de drogas da região.

Segundo o major Marcelo Corbage, a divisão de elite da Polícia Militar trabalha com uma lista de 15 procurados, entre os quais lideranças da facção Comando Vermelho e personagens do segundo escalão do tráfico na Vila Kennedy. O oficial não citou nomes.

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Em uma localidade conhecida como Campo da Vila, na Vila Kennedy, onde será hasteada a bandeira que simboliza o sucesso da ocupação, o Bope montou uma base móvel para coordenar a operação.

Os policiais recebem imagens em tempo real das incursões que estão sendo realizadas nas favelas e cruzam informações de inteligência. De acordo com Corbage, a estrutura é fundamental na tentativa de localizar os chefes do tráfico.

Na versão do major, a polícia suspeita que os principais criminosos que atuavam na região tenham buscado refúgio em favelas também controladas pelo Comando Vermelho, a exemplo de Antares, em Santa Cruz, na zona oeste, além de locais mais afastados da capital fluminense, como Itaguaí.

"Não temos informações sobre uma possível fuga para Nova Holanda, na Maré, pois essa comunidade pode ser um próximo alvo de UPP. Não seria inteligente fugir", afirmou ele.

Ocupação

O Bope concluiu, no início da manhã desta quinta, a ocupação das favelas da Vila Kennedy e da Metral, na zona oeste do Rio. O processo durou 20 minutos, segundo a Secretaria de Segurança. Os policiais começaram a entrar nas comunidades às 5h30, mas a confirmação de que o território estava completamente ocupado chegou por volta das 6h50. Em alguns acessos, ainda há barricadas deixadas pelo tráfico de drogas.

Segundo levantamento do IPP (Instituto Pereira Passos), a Vila Kennedy e a Metral possuem população de 33.751 pessoas e 10.294 domicílios. No bairro de Bangu, a população é estimada oficialmente em 428 mil habitantes.

Crise nas UPPs

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou que os ataques de criminosos contra bases das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) são "terrorismo contra o Estado".

"Entendemos que estas ações [contra UPPs] são terrorismo contra o Estado, contra os policiais civis e militares. Entendemos assim. Estamos preparados para tratar esse assunto dessa forma", afirmou durante coletiva de imprensa. "Não vamos admitir que policiais continuem morrendo".

Várias UPPs enfrentam a pior crise desde o início do projeto, em 2008. Em pouco mais de um mês, três policiais militares em serviço foram assassinados nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio. Tiroteios também têm sido constantes em outras comunidades, como a Rocinha, o Pavão-Pavãozinho (zona sul) e o São Carlos (região central), entre outras.

Na noite de terça-feira (11), moradores do Alemão realizaram um protesto contra a prisão, no dia anterior, de dois acusados de participação nos ataques à UPP Nova Brasília e à 45ª Delegacia de Polícia (Alemão), em janeiro.

A manifestação terminou em confusão e tiroteio. Duas pessoas foram baleadas. A estrada do Itararé, que corta as favelas da região, chegou a ser interditada por barricadas. O teleférico do Alemão teve a circulação suspensa por medida de segurança. A polícia precisou utilizar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Até a manhã de quarta-feira (12), o policiamento havia sido reforçado com homens do Bope, tropa de elite da PM, e do Batalhão de Choque.

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