PM do Rio monitora convocação por WhatsApp de paralisação em junho
Uma mensagem pedindo a adesão de praças da Polícia Militar do Rio de Janeiro a uma paralisação no dia 15 de junho --durante a Copa do Mundo-- circula no WhatsApp há cerca de uma semana. As principais reivindicações dos policiais, segundo o texto que circula no app, são reajuste salarial sem gratificações "que podem ser cortadas a qualquer momento", além de plano de carreira e escala de 40 horas semanais.
"Essa é a hora, não tenham medo! Greve geral 15 de junho. Ou os oficiais se juntam aos praças ou não poderão prender todos, porque quem faz o serviço interno são os praças, e os oficiais só assinam. Greve geral inclusive no Batalhão de Choque. Com a greve, terão que chamar o Exército e não darão conta de ocorrências e UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora] vazias. Se não pararmos, o alto escalão vai fazer o que quiser na escala", diz trecho da mensagem.
No início da semana, a informação chegou ao comando-geral da Polícia Militar do Rio, que trabalha com o Setor de Inteligência da PM para monitorar informações sobre a possível greve. Segundo a assessoria da PM, "o comandante geral da Corporação está aberto a dialogar sobre as reivindicações da tropa".
Para o presidente da Amae (Associação de Militares e Auxiliares Especialistas), Melquisedec Nascimento, uma greve de PMs prejudicaria muito o Rio de Janeiro.
"As reivindicações devem ser feitas com o comando-geral da corporação e com o governo do Estado, e não partindo para a greve. Desconhecemos a organização deste movimento em si, mas posso dizer que somos contrários a qualquer paralisação que antes disso não tente o diálogo com o comando-geral", afirmou o capitão da Polícia Militar.
Um dos praças que recebeu e também repassou a mensagem do WhatsApp conta que o que mais tem revoltado a tropa é o atraso no pagamento das gratificações, sobretudo o RAS (Regime Adicional de Serviço). O pagamento aos policiais que trabalharam durante a passagem do papa Francisco pelo Rio, por exemplo, atrasou por cerca de três meses.
"Cada dia que passa as nossas folgas são mais e mais reduzidas. Quando tem algum problema em alguma UPP, temos que cumprir uma carga horária maior, sem reclamar. Mas na hora de receber as horas extras... Aí eles atrasam, e a gente continua sem poder reclamar”, afirmou, porém sem assumir participação no movimento. “Por isso é que tem gente se organizando para fazer greve."
Sobre o atraso no pagamento das gratificações, o presidente da Amae, Melquisedec Nascimento, diz que a reivindicação do pagamento das gratificações em dia é justa.
"Com certeza os policiais têm que receber o RAS dentro do prazo, mas isso deve ser cobrado da corporação antes de qualquer greve ou paralisação. Somos contra a greve", diz.
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