Disputa por vira-lata em Araraquara (SP) vira caso de polícia
A disputa por um vira-lata de pouco mais de um ano em Araraquara (a 273 km da capital paulista) deve acabar na Justiça. Enquanto a antiga família do animal quer a devolução, os que o encontraram dizem que os filhos se apegaram ao bicho e querem ficar com ele.
O caso foi registrado no 3º Distrito Policial de Araraquara. A polícia instaurou o inquérito para apurar o suposto crime de furto. Até o momento, no entanto, as investigações não foram concluídas. Não há prazo para que isso ocorra.
Segundo a Polícia Civil, quando isso acontecer, o inquérito será enviado ao Ministério Público, que dará seu parecer sobre o caso, e então irá ao Judiciário.
Primeira versão
A confusão começou em 19 de janeiro, quando as comerciantes Natasha dos Santos, 25, e a companheira dela, Rosa Maria Almeida de Sá, 38, passeavam com o cachorro Simba. “Durante o passeio, ele fugiu da coleira e foi atrás de uma cadela no cio. Aí perdemos ele”, conta Rosa Maria.
Ela diz ter procurado o animal pelo bairro por dois dias, até o encontrar em um condomínio no Vale do Sol. “Quando o vi, ele veio correndo até mim, me reconheceu mesmo e fez festinha. Mas uma mulher veio, o chamou de Bob e o colocou para dentro. Conversei com ela, mas ela disse que não iria devolvê-lo”, contou. Naquele mesmo dia, ela tentou falar com a família para recuperar o cachorro, mas ela e Natasha acabaram expulsas do local.
Um mês depois, tentou novamente, mas foi informada pela família que as crianças do casal haviam se afeiçoado ao animal e que ele não seria devolvido. “Nesse momento, percebi que iria ter que procurar a Justiça. Fui até a delegacia e registrei um boletim de ocorrência por furto, mas até agora não sei o que foi feito”, disse.
Ela contou que já prestou depoimento, mas que não foi informada do andamento do caso. “O delegado me chamou, há três meses, e eu prestei depoimento. Já fui na delegacia uma três vezes para ver como estava, mas ainda não aconteceu nada.”
Outro lado
Já Debora Oliveira, 27, tem outra versão para o fato. Ela, que tem três filhos e chama o cachorro de Bob, diz que o cão foi abandonado em seu condomínio. “Deixaram ele no meu condomínio e um vizinho, que sabe que eu gosto de animais, perguntou se eu não queria ficar com ele até que o dono fosse encontrado. Meus filhos adoraram o Bob, se apegaram a ele”, conta.
Ela confirma que foi procurada, nesse mesmo dia, por Natasha e Rosa Maria e que iria devolver o animal. “Mas pedi que elas me mostrassem que eram as donas do cachorro para que eu pudesse entregá-lo. Achei que elas fossem voltar com a prova, mas isso não aconteceu”, disse.
Um mês depois, diz que as duas retornaram ao local. “Elas não trouxeram nenhuma prova de que eram as donas do cachorro e ainda foram grossas. Nesse momento, falei para elas procurarem a Justiça."
Debora afirmou ainda que, passados seis meses, não cogita mais devolver o animal: “Meus filhos se apegaram a ele, a menina passeia com ele todos os dias, às 7h, e ficou em desespero só com a possibilidade de perdê-lo. Meu filho fez operação no ouvido e só quer saber do Bob”.
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