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Menino que teve braço amputado em zoo recebe prótese com desenho de tigre

Vrajamany (à esq.) recebe prótese estética que irá usar no lugar do braço direito, amputado após um ataque de tigre - Divulgação/Conforpés
Vrajamany (à esq.) recebe prótese estética que irá usar no lugar do braço direito, amputado após um ataque de tigre Imagem: Divulgação/Conforpés

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana

17/10/2014 19h55

O menino Vrajamany Fernandes Rocha, 11, que teve o braço direito amputado após ser atacado por um tigre no zoológico de Cascavel, recebeu na quinta-feira (16), em Sorocaba, a primeira prótese estética que irá usar no lugar do membro.

A prótese é personalizada, a pedido do garoto, com a imagem de um tigre --o mesmo animal que o atacou--, e pesa perto de um quilo.

“Eu achei super legal, ficou da hora. Gostei muito do desenho. Ficou do jeito que eu quis”, disse Vrajamany. A família também ficou animada com o resultado. “Ele está superfeliz. O que aconteceu foi uma fatalidade, mas ele está superando bem”, disse Luiz Rigomonti, padrasto do menino.

Vrajamany perdeu o braço em 30 de julho, ao brincar com um tigre que estava dentro da jaula. A prótese foi doada por empresário Nelson Nolé, que produz os equipamentos. O desenho, por sua vez, foi feito e também doado pelo tatuador Ricardo Bibiano.

O custo aproximado da prótese é de cerca de R$ 20 mil.

Prótese tem somente fins estéticos, sem proporcionar movimento

O menino esteve em Sorocaba ontem, ao lado da mãe, do irmão e do padrasto, para experimentar a prótese.

De acordo com Nolé, o membro recebeu os ajustes necessários e já foi entregue ao menor. Ele ressalta, entretanto, que a prótese tem apenas fins estéticos.

“Ele terá agora que voltar a Sorocaba a cada seis meses, para fazer os ajustes. A prótese leva em conta a idade dele e precisará ser trocada conforme ele for crescendo, a cada um ano e meio”, informou.

O modelo fabricado por Nolé é feito de fibra de carbono com luvas de silicone. Apesar de o cotovelo ser mecânico, podendo ser ajustado em várias posições, a prótese não apresenta nenhum tipo de movimento.

“A prótese cuida do balanço do corpo, que ficou prejudicado depois de o braço ser amputado. Serve unicamente para dar equilíbrio, além de ajudar na autoestima”, afirma o empresário.

De acordo com o padrasto de Vrajamany, a situação do enteado é bem melhor do que nas semanas que se seguiram ao acidente.

“Ele tinha a chamada 'dor fantasma', que não deixava com que ele dormisse, mas isso já ficou para trás. Ele também faz terapia duas vezes por semana e acompanhamento com psicólogos. Ele está muito bem", disse Rigomonti.

Ainda segundo o padrasto, o menino já retomou a maioria das atividades e frequenta normalmente a escola. “A única coisa é que, como ele era destro, ainda não consegue escrever direito com a mão esquerda. Mas ele está treinando isso e usa o computador normalmente. Também adora mexer no celular”, conta.