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Bardella admite derrota na França, mas critica 'esquerda incendiária'

O presidente do partido Reunião Nacional, Jordan Bardella, admitiu a derrota da extrema direita nas urnas neste domingo (7). Em um discurso crítico, ele chamou a esquerda de "incendiária".

O que aconteceu

Bardella disse que não é possível "privar milhões de franceses de ter suas ideias do poder", em referência à derrota da extrema direita nas urnas. O presidente do partido Reunião Nacional disse ainda que "extrema esquerda incendiária não vai levar o país a canto nenhum."

O líder do partido Reunião Nacional chamou a coalizão de esquerda de "armações eleitorais perigosas". Segundo Bardella, houve um "regresso na política francesa". O deputado disse que os acordos jogam "a França nos braços da extrema esquerda".

Ele afirmou ainda que a política executada no país nos próximos meses não responde às preocupações dos franceses. "Privar milhões de franceses da possibilidade de ver suas ideias levadas ao poder não será nunca um destino viável para a França", disse Bardella. Segundo ele, o presidente Emmanuel Macron "empurrou o país para a incerteza e a instabilidade."

Bardella disse que, apesar da derrota, da extrema direita nas urnas "vento jamais parará de soprar". Ele afirmou que uma grande esperança se levantou. O líder de direita disse que o partido fará reuniões internas e vai trabalhar no Parlamento Europeu para avançar com temas relacionados à extrema direita. "Queremos restaurar a soberania da nação. Um mundo velho caiu e nada pode parar um povo que voltou a ter esperanças ", afirmou.

Líder da esquerda diz que 'Frente Popular' está pronta para governar

"Nova frente popular vai respeitar o apoio dado aos seus candidatos", declarou Mélenchon, primeiro a se pronunciar após os resultados. Essas foram as eleições legislativas com maior número de participantes nos últimos 40 anos, segundo pesquisas locais. A taxa de participação foi de 67% segundo pesquisas locais.

Mélenchon agradeceu os políticos que decidiram retirar suas candidaturas para fortalecer a frente ampla. "Uma sensacional força de mobilização cívica que se formou. Nosso povo claramente deixou de lado a solução do pior possível. A Reunião Nacional está longe de ter maioria absoluta", afirmou.

Vontade do povo deve ser respeitada de agora em diante, disse o líder de esquerda. Mélenchon disse que o presidente deve chamar a nova Frente Popular a governar. Ele disse ainda que se recusa a fazer "combinações" com o partido de Macron. Mélenchon é considerado um político mais radical no país.

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Urnas deixaram claro [o que querem] entre dois projetos opostos à disposição. "É a única alternativa construída, coerente, solidária e com um programa organizado e totalmente detalhado. A esquerda unida se mostrou à altura das circunstâncias históricas e conseguiu se desviar da armadilha posta para o país e salvou a República", disse ele.

Os eleitores na França votaram para 501 dos 577 assentos na Assembleia Nacional. As outras 76 disputas foram vencidas diretamente no primeiro turno de votação. Na semana entre os dois turnos, mais de 200 candidatos de centro e de esquerda desistiram das disputas para aumentar as chances de seus adversários moderados e impedir que candidatos da Reunião Nacional, partido de extrema direita, vencessem.

Medida do presidente Emmanuel Macron de dissolver o Parlamento e convocar novas eleições parece ter funcionado, aponta especialista. "A estratégia de Macron funcionou no sentido de provar que a extrema-direita ainda não é maioria no país. Contudo, cresceram tanto no Parlamento nacional, em relação aos resultados das últimas eleições de 2022, quanto no Parlamento Europeu", diz Urião Fancelli, especialista e mestre em Relações Internacionais.

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