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Vítima de cheia, pai de Marina Silva se recusa a mudar de casa no Acre

Maria de Jesus, irmã de Marina Silva, usa balde para tentar reduzir os danos causados pela água que entrou na casa da família - Odair Leal/UOL
Maria de Jesus, irmã de Marina Silva, usa balde para tentar reduzir os danos causados pela água que entrou na casa da família Imagem: Odair Leal/UOL

Carlos Madeiro

Do UOL, em Rio Branco

12/03/2015 06h00

A cheia histórica do rio Acre nas últimas semanas fez com que a família da ex-senadora e candidata à Presidência da República em 2014 pelo PSB, Marina Silva, sofresse com a alagação e ficasse desalojada. Apesar disso, eles se recusam a deixar o local definitivamente.

A família já era acostumada a sofrer com alagações na rua Palmeiral, no bairro da Cidade Nova, onde moram o pai de Marina, um irmão, uma cunhada e um sobrinho. Com as cheias do rio, eles costumavam ficavam ilhados, mas dessa vez a força da água foi maior. “A água entrou em casa, tivemos que levantar tudo. Nunca tinha entrado. Mas agora está tudo tranquilo”, contou o sobrinho de Marina, Eudes Silva, 38.

Segundo Eudes, saíram temporariamente da casa o pai de Marina, o irmão e a cunhada da política. “Fiquei para tomar conta e ajudar o pessoal aqui da comunidade”, disse. Apesar de saber da situação de risco da moradia, a família se recusa a mudar de bairro. “Meu avô não quer sair, ele gosta daqui, coisa bem pessoal mesmo”, afirmou.

Marina Silva visitou os familiares no fim de semana passado e também passou por abrigos em Rio Branco. “Ela sempre quis que o pai dela saísse, mas ele resiste. Nem mesmo depois dessa cheia ele quer, ele gosta daqui", afirmou.

O único homem entre os quatro filhos do senhor Pedro, Arlei Silva, 46, conta que ajudou na retirada do pai da casa de madeira onde ele mora há 30 anos. Apesar de resistir a deixar o local, dessa vez ele não teve escolha. "Ele não queria sair, mas com uma cheia nunca vista antes, ele não teve opção. Levamos para minha casa, que fica em área longe do rio", disse.

A comunidade da Cidade Nova foi uma das mais atingidas pela alagação do rio Acre. Boa parte dos moradores foram levados para abrigos. No sábado à noite, o UOL visitou uma parte do bairro que ainda estava alagada e ouviu relatos de medo de assaltos e escuridão.