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Com impasse, greve de ônibus no DF entra no segundo dia

Passageiros formam filas à espera de veículos clandestinos no Distrito Federal - José Cruz/Agência Brasil
Passageiros formam filas à espera de veículos clandestinos no Distrito Federal Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Jéssica Nascimento

Do UOL, em Brasília

09/06/2015 10h58

A greve dos rodoviários do Distrito Federal, que afeta cerca de um milhão de pessoas, entrou nesta terça-feira (9) em seu segundo dia consecutivo.

Com cerca de 2.700 ônibus parados nas garagens, os trabalhadores continuam desrespeitando a decisão da Justiça de manter 70% da frota em circulação durante os horários de pico. Foi estipulada uma multa diária de R$ 100 mil ao sindicato por descumprimento da decisão.

O presidente do sindicato dos rodoviários, Jorge Farias, reafirmou hoje que a medida não foi cumprida porque as empresas não liberaram transportes especiais para a condução dos funcionários. Já as empresas negam a afirmação e dizem que disponibilizaram os veículos.

Os advogados das empresas São José, Piracicabana, Pioneira, Urbi e Marechal prometem entrar com dissídio de greve no Tribunal Regional do Trabalho para que a Justiça passe a mediar as negociações entre patrões e trabalhadores. Até o momento, nenhuma reunião de negociação foi realizada.

A principal reivindicação dos trabalhadores é o reajuste salarial. Eles pedem 20% de  aumento nos salários, além de 30% no tíquete-alimentação e na cesta básica. A categoria também pede plano de saúde familiar. Já os empresários ofereceram 8,34% de reajuste salarial.

Atualmente, os motoristas recebem R$ 1.980 de salário, R$ 410 de alimentação, R$ 198 de cesta básica, plano de saúde e odontológico. A jornada é de seis horas diárias.

Para alguns passageiros, o pedido é exagerado. "Acho que 20% é muita coisa. Se os rodoviários não estão satisfeitos com o trabalho, que manifestem de outra forma. A população não tem culpa e se prejudica demais. Já perdi dois dias de aula", conta a estudante Ana Carolina Lacerda, 21.

Greve de ônibus deixa um milhão sem transporte no DF

Opções

Com a paralisação, motoristas de transportes clandestinos estão lucrando. Alguns chegam a cobrar até R$ 15 por pessoa. A passagem custa de R$ 2 a R$ 3, dependendo do itinerário.

"Sou totalmente depende de transporte público. Tive que faltar no trabalho e no curso porque o transporte pirata estava cobrando R$ 10. Não acho a greve justa, é um desrespeito com o cidadão", lamenta a geógrafa Rafaela Evangelista, 25.

O Metrô estendeu a circulação dos 24 trens de trens na manhã de hoje em uma hora, das 6h às 9h45  A expectativa é que, sem ônibus, a quantidade de passageiros nas estações aumente em 30%.

A liberação das faixas exclusivas da estrada Parque Taguatinga, da estrada Parque Núcleo Bandeirante, das Vias W3 Sul e Norte e do Setor Policial Sul para todos os carros permanece nesta terça.