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Polícia investiga falsa médica que atuava em hospitais do interior de SP

Polícia investiga falsa médica que fez, ao menos, dez plantões em prontos-socorros de três cidades de SP - Divulgação/Prefeitura de Alumínio
Polícia investiga falsa médica que fez, ao menos, dez plantões em prontos-socorros de três cidades de SP Imagem: Divulgação/Prefeitura de Alumínio

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Ribeirão Preto

14/07/2015 19h20

A Polícia Civil de Mairinque investiga uma falsa médica que exercia a profissão, de forma irregular, há pelo menos 45 dias em prontos-socorros e hospitais nas cidades de Alumínio, São Roque e Mairinque (oeste de São Paulo).

Contratada por uma terceirizada, ela utilizava o nome e o registro profissional de uma médica de verdade para atuar e, no período, ela deu pelo menos dez plantões, mas não houve nenhuma queixa por parte dos pacientes. A denúncia partiu da Prefeitura de Alumínio, que constatou que a mulher usava o cadastro do CRM (Conselho Regional de Medicina) de Cibele Lemos. A falsa médica também criou um perfil com o nome falso na rede social Facebook.

Segundo a delegada Simona Scarpa Anzuíno, responsável pelas investigações, o crime foi descoberto depois que a falsa médica deixou um plantão antes do horário, no último sábado, sem prestar explicações. A administração levantou a ficha dela para cobrar explicações e, ao comparar a foto do crachá dela com a foto da verdadeira Cibele Lemos, viu que se tratavam de pessoas diferentes.

"Na segunda-feira, essa pessoa foi chamada para prestar explicações e, como já havia a suspeita, a Polícia Militar foi chamada para realizar um possível flagrante", conta Simona.

Ainda segundo a delegada, a situação foi exposta para a falsa médica, que disse que poderia comprovar a identidade e a graduação dela com documentos. "Acompanhada de um gestor da área da saúde, ela foi até a casa dela mas, enquanto o funcionário manobrava o carro, ela saiu correndo e fugiu, permanecendo foragida até o momento", disse.

Se comprovada a fraude, ela será processada por falsificação de documento e falsidade ideológica, além de exercício irregular da medicina. Juntas, as penas chegam a 12 anos de prisão.

Ganhava R$ 800 por plantão

De acordo com o diretor do Pronto Atendimento de Alumínio, Rafael Leles, a falsa médica, que era contratada através de uma terceirizada, a Innova, e cobria plantões e folgas de outros profissionais.  Em média, ela recebia perto de R$ 800 por cada plantão de 12 horas que realizava.

A delegada Simona informou também que a empresa administra a saúde de São Roque e Mairinque e, de acordo com a Polícia Civil, está colaborando com as investigações. "Já comprovamos que ela atuou pelo menos nessas três cidades. Agora, estamos tentando identificar a médica. Já ouvimos as prefeituras e a empresa e esperamos que essa identificação aconteça rapidamente", disse Simona.

Documentos falsos

Em nota, a prefeitura de Alumínio informou que "registrou um boletim de ocorrência denunciando o caso e apresentou informações necessárias para a investigação por parte da polícia". A prefeitura informou ainda que a empresa responsável pela gestão da saúde na cidade também registrou um boletim de ocorrência contra a falsa médica e que ela apresentou falsos documentos na hora da contratação, entre eles carteira do CRM, diploma de graduação e carteira de habilitação.

Já a administração de Mairinque informou que "a responsabilidade pela contratação de funcionários, bem como pela prestação de serviços médicos para o pronto Atendimento Municipal, é da Empresa Innova", mas que está prestando todos os esclarecimentos necessários para ajudar a resolver o caso.

A reportagem não conseguiu falar com responsáveis pela administração de São Roque nem com a Innova por telefone. Os contatos foram feitos depois das 18h. A empresa também foi procurada através de sua página no Facebook, mas não respondeu.

Já a falsa médica foi procurada através de seu perfil no Facebook, mas não respondeu até o momento.