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Vândalos atacam delegacia, batalhão da PM e escola em Rio Branco (AC)

Policiais militares, civis e federais fazem revista dentro de pavilhões do Complexo Prisional de Rio Branco - Secretaria de Segurança Pública do Acre
Policiais militares, civis e federais fazem revista dentro de pavilhões do Complexo Prisional de Rio Branco Imagem: Secretaria de Segurança Pública do Acre

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

07/10/2015 22h49

A Secretaria de Segurança Pública do Acre divulgou um balanço, na noite desta quarta-feira (7), sobre o número de ataques criminosos ocorridos em Rio Branco desde o início da onda de crimes que vêm aterrorizando moradores de Rio Branco. Foram nove veículos e uma escola foram incendiados e dois prédios da polícia foram atingidos por tiros. Doze pessoas foram presas acusadas de participarem dos ataques, sendo dois homens detidos nesta noite.

Os ataques ocorreram em retaliação às mortes de dois assaltantes registradas na segunda-feira (5), segundo a Secretaria de Segurança Pública. Um dos mortos na tentativa de assalto, Fábio André de Araújo Pereira, cumpria pena no regime semiaberto no Complexo Penitenciário de Rio Branco. Ele tinha dez passagens pela polícia por roubo qualificado.

Com a onda de ataques, o governo do Estado solicitou ao Ministério da Justiça reforço na segurança com envio de pelo menos 80 homens da Força Nacional de Segurança Pública.

Os prédios da Delegacia da 5ª Regional e do 5º Batalhão da Polícia Militar, localizados na rua Boa Vista, bairro Vitória, foram atingidos por disparos de arma de fogo feitos por dois homens em uma moto. Ninguém se feriu.

Uma escola estadual no bairro da Baixada da Sobral também foi atacada por criminosos, que atearam fogo no prédio no início da manhã desta quarta-feira. A escola teve uma parede e uma janela incendiadas. Não havia ninguém no prédio no momento do incêndio.

Apesar do registro do ataque a escola ter ocorrido no período da manhã, o secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson Farias, em entrevista ao UOL, negou que tivesse ocorrido qualquer ação criminosa em escolas em Rio Branco. Farias tinha alegado que o Estado estava com uma onda de boatos e que a população se acalmasse.

"Tivemos uma amplificação de notícias falsas nas redes sociais e WhatsApp por conta da situação anormal que a cidade está passando, mas nada disso ocorreu, nenhum arrastão foi registrado, nenhuma escola invadida e nenhum operador de segurança pública foi assassinado. Solicitamos às pessoas que fiquem atendas apenas as informações oficiais da polícia para não entrarem em pânico com boatos", disse o secretário.

Prisões

Nesta quarta-feira, a PM prendeu os acusados dos atentados aos prédios da polícia. Quendianderson de Souza, 20, e Francisley Fernandes da Silva, 22, estão detidos na Delegacia de Flagrantes.

Os dois já têm passagem pela polícia. Souza já foi preso por furto qualificado, porte ilegal de dorgas e violação a domicílio. Já Silva tem na ficha criminal um homicídio, cinco roubos, foi preso três vezes por ameaça e outra vez por crime de receptação.

Eles serão indiciados pelos crimes de atentado contra o Poder Público e tentativa de homicídio, pois um policial quase foi atingido por um dos disparos.

Governo convoca PMs da reserva

Em meio a crise na segurança, a Aleac (Assembleia Legislativa do Estado do Acre) aprovou o projeto de lei que permite a convocação de 100 policiais militares da reserva para atividades administrativas e operacionais no Estado. O projeto foi votado em caráter de urgência pelos deputados na manhã desta quarta-feira (7).

A convocação dos militares sdará em caráter voluntário, por ato do governador do Estado. O policial da reserva continuará na condição de inativo, mas receberá adicional no salário.

Segundo a PM, o ato movimentou a tropa, e desde o início da manhã voluntários compareciam aos guardas das unidades operacionais para colaborar já com as ações da Segurança Pública.

“Trata-se de uma lei que já existe em estados como Pernambuco e Ceará. Representa um ganho de efetivo emergencial, pois temos uma quantidade de policiais que se aposentam, mas ainda desejam continuar em algum tipo de atividade. Ao mesmo tempo em que não gera muito custo para o Estado, a medida nos proporciona um aumento de efetivo”, explicou o comandante-geral da PM,  coronel Júlio César dos Santos.