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Acre transfere 15 presos para presídios federais em outros Estados

Presos acreanos são transferidos para presídios federais em Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte - Gleilson Miranda/Secom
Presos acreanos são transferidos para presídios federais em Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte Imagem: Gleilson Miranda/Secom

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

08/10/2015 18h18

Quinze presos do Complexo Penitenciário de Rio Branco, no Acre, foram transferidos para presídios federais nas cidades de Mossoró (RN) e Campo Grande (MS), nesta quinta-feira (8). Eles são acusados de ordenar ataques criminosos que vêm assustando a população acreana desde o início da semana. Os presos foram recambiados em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).

A transferência dos presos vinha sendo articulada pela Secretaria de Segurança Pública desde que a polícia identificou as lideranças que ordenaram os ataques ainda na terça-feira (6). O secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson Farias, disse que a transferência faz parte do pacote de ações do Estado e do Judiciário para desarticular os atentados.

“Estamos identificando as lideranças de grupos para, dessa forma, desarticular as ações com as transferências deles”, disse Farias.

Pelo menos 24 veículos foram atacados, duas casas e escola incendiadas e os prédios da Delegacia da 5ª Regional e do 5º Batalhão da Polícia Militar, localizados na rua Boa Vista, bairro Vitória, foram atingidos por tiros. Até agora 12 pessoas foram presas acusadas de participarem dos ataques.

Durante a transferência dos presos, um ônibus particular foi atacado por dois homens em uma moto. Segundo o Ciosp (Centro Integrado de Operações em Segurança Pública), o veículo estava transportando trabalhadores de uma cooperativa no bairro Seis de Agosto, em Rio Branco, quando foi atingido por uma garrafa de combustível.

Segundo a Secretaria de Segurança, os atentados foram ordenados por presos de penitenciárias do Estado retaliação às mortes de dois assaltantes ocorridas na segunda-feira (5). Um dos mortos na tentativa de assalto, Fábio André de Araújo Pereira, cumpria pena no regime semiaberto no Complexo Penitenciário de Rio Branco. Ele tinha dez passagens pela polícia por roubo qualificado.

Com a onda de ataques, o governo do Estado solicitou ao Ministério da Justiça reforço na segurança com envio de pelo menos 80 homens da Força Nacional de Segurança Pública. O ministério ainda não sinalizou o envio da tropa, porém 27 policiais que já estavam no Estado realizando trabalho nas fronteiras foram destacados para atuarem em Rio Branco nesse período de crise.

O secretário Farias disse ainda que segurança pública está realizando ações de forma conjunta com as polícias e o judiciário para acabar com as ações criminosas na capital. Ao todo, 300 homens estão nas ruas para coibir os ataques criminosos.

"Estamos trabalhando 24h, rodando com efetivo reforçado para ações de maneira efusivas tudo dentro da lei. Essas ações são do Estado, pois estamos com todas as forças unidas da Polícia Militar, Bombeiro Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Força Nacional, além do Poder Judiciário, para dar resposta de maneira rápida para a sociedade", afirmou.

Na terça-feira (6), o Complexo Penitenciário de Rio Branco e presídios do Interior passaram por revistas feitas por homens da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal, para procurar armas, telefones celulares e rádios transmissores. Foram apreendidos 55 aparelhos de telefone celular.

Na quarta (7) a Aleac (Assembleia Legislativa do Estado do Acre) aprovou o projeto de lei que permite a convocação de 100 policiais militares da reserva para atividades administrativas e operacionais no Estado.

Segundo a PM, o ato movimentou a tropa, e desde o início da manhã voluntários compareciam aos guardas das unidades operacionais para colaborar já com as ações da Segurança Pública.