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MPL decide ir até a Câmara Municipal e PM aceita trajeto

No protesto do dia 21, cordão de PMs impedia a passagem de manifestantes na avenida Ipiranga - Amanda Perobelli - 21.jan.2016/Estadão Conteúdo
No protesto do dia 21, cordão de PMs impedia a passagem de manifestantes na avenida Ipiranga Imagem: Amanda Perobelli - 21.jan.2016/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

26/01/2016 16h46Atualizada em 27/01/2016 12h35

O MPL (Movimento Passe Livre) acaba de decidir o trajeto para o protesto desta terça (26) e que seguirá até a Câmara Municipal de São Paulo, num trajeto semelhante ao definido pelo governo estadual.

Os manifestantes não haviam anunciado qualquer trajeto, durante a tarde, e a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo acabou anunciando uma rota para a manifestação por conta própria. 

"Como não há nenhum ato anteriormente convocado para esse trajeto, o Poder Público se organizou para a seguinte sequência: estação da Luz, rua Casper Líbero, avenida Ipiranga, avenida São Luiz, viaduto Maria Paula e avenida Brigadeiro Luís Antônio, até à Alesp", informou a SSP em nota. 

O MPL protesta contra o aumento na tarifa do transporte público em São Paulo. Segundo Laura Viana, uma de suas porta-vozes, a passeata desta quinta não terá a Alesp como destino final, e o trajeto será definido na concentração, iniciada às 17h na estação da Luz. Em atos anteriores, o movimento divulgou trajetos em redes sociais, o que optou por não fazer desta vez.

"A Secretaria de Segurança Pública não está autorizada pela Constituição Federal a determinar quando e onde a população pode se manifestar. Por isso, manteremos o nosso diálogo aberto com os manifestantes, conversando sobre o trajeto do ato em nossa concentração", disse o MPL em nota divulgada no Facebook nesta segunda (25).

No comunicado divulgado nesta terça, a SSP afirma que "a comunicação prévia é uma exigência constitucional e é fundamental para que o trânsito seja reorganizado, bem como o traçado das linhas de ônibus. Também é importante para a limpeza prévia do trajeto. Por esse motivo, a comunicação deve ser feita em tempo razoável, de maneira a garantir a todos a plena liberdade de manifestação e o direito de locomoção.

"Além da afronta à Constituição Federal, a recusa do MPL em divulgar o percurso é um desrespeito aos quase 12 milhões de habitantes da capital paulista", prossegue a nota da SSP, sem informar qual seria o "tempo razoável" para a comunicação do trajeto da manifestação.

'Nossa postura é de diálogo', diz tenente-coronel

Segundo o tenente-coronel da PM Francisco Cangerana, responsável pelo policiamento do protesto desta terça, o trajeto foi definido com base no ponto final proposto pelo MPL para a manifestação de quinta (21), que era a Alesp. 

"É o trajeto mais seguro para o dia de hoje", disse Cangerana, se comprometendo a dialogar caso os manifestantes sigam por outro caminho que o proposto pela SSP. 

Na quinta, policiais militares usaram bombas após um grupo de integrantes do MPL tentar furar o bloqueio montado na praça da República. O movimento queria seguir o trajeto anunciado duas horas antes da concentração do ato, enquanto a SSP afirmou que tal rota não seria possível devido a uma outra manifestação programada para o mesmo local. Após a ação policial, ao menos 16 pessoas ficaram feridas, segundo socorristas voluntários.

O MPL já organizou cinco protestos só em janeiro deste ano. O movimento é contra o aumento do preço da passagem de ônibus, trens e metrô, que saiu de R$ 3,50 para R$ 3,80 no último dia 9. A obrigatoriedade da definição dos trajetos dos atos tem sido motivo de constantes impasses e divide especialistas.

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