Abdelmassih oferecia rejuvenescimento proibido de óvulos, diz TV
Preso e condenado sob a acusação de ter estuprado dezenas de pacientes, o ex-médico Roger Abdelmassih teria oferecido procedimentos proibidos a mulheres mais velhas que desejavam engravidar. A denúncia foi feita em reportagem exibida neste domingo (3) pelo "Fantástico", da TV Globo, e foi encaminhada ao Ministério Público. O MP agora deve analisar o inquérito e decidir se oferece denúncia contra o ex-médico. Em caso de condenação, a pena dele deverá ser aumentada.
Segundo o programa, Abdelmassih submeteu pacientes a um rejuvenescimento de óvulos por meio de tratamentos genéticos experimentais e sem comprovação científica. O procedimento consistia na substituição parcial do citoplasma do óvulo de suas clientes com o material de óvulos de mulheres mais jovens. A técnica é proibida em vários países e, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, não é eficaz.
Uma nova vítima, a estilista Ena Castello, disse que Abdelmassih fez a proposta de modificação genética "minutos antes" de coletar seus óvulos. O procedimento não foi bem-sucedido e ela acabou desistindo da reprodução assistida. Outra mulher também o denunciou pelo procedimento. A pedagoga Luciana Nassif conseguiu ficar grávida, de gêmeas, mas os bebês tinham semanas de diferença de gestação. Provavelmente, segundo a reportagem, por ela já estar grávida quando fez o tratamento.
De acordo com o "Fantástico", os advogados de Abdelmassih não quiseram falar sobre o conteúdo da reportagem.
Abdelmassih, que já foi considerado uma das maiores autoridades do Brasil em reprodução assistida, foi condenado a 278 anos de prisão por 48 estupros a 37 mulheres. Em junho, ele foi indiciado por mais de 25 estupros praticados contra pacientes de sua clínica de reprodução entre os anos de 1990 e 2008. A investigação também incluiu denúncias de manipulação genética irregular que resultou no nascimento de crianças com deficiência.
O ex-médico fugiu da Justiça no início de 2011 e foi capturado no Paraguai em agosto de 2014. Em outubro daquele ano, a Justiça reduziu a pena para 181 anos e determinou que o ex-médico não poderia ser solto antes de cumprir 30 anos de prisão -- a pena máxima estabelecida pela lei brasileira. Com isso, Abdelmassih só deve recuperar a liberdade aos 100 anos.
Abdelmassih negou em diversas ocasiões ter praticado crimes sexuais contra ex-pacientes. À revista "Piauí", em 2015, ele disse que teve "muitos casos extraconjugais", inclusive com pacientes, "mas foram todos consensuais".
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