Filhote de pitbull tetraplégico faz tratamento e volta a andar
Depois de ser desenganado e ter a eutanásia recomendada por três veterinários, um filhote de pitbull tetraplégico conseguiu, graças a aplicações de laser, fisioterapia e acupuntura, voltar a andar. O caso aconteceu em Araraquara (a 273 km da capital), no interior de São Paulo. O cachorro, hoje com três meses, ainda se movimenta com alguma dificuldade. Seu veterinário diz que, em um ano e meio, ele deve caminhar normalmente.
O animal ganhou da professora de educação física Daniela Fais, 35, o nome de Jon, em homenagem ao roqueiro Jon Bon Jovi. Ela conta que ele gania muito e não conseguia comer sozinho. "Parecia que ele estava em sofrimento, não conseguia nem ficar em pé. Foi aí que resolvi levá-lo a um veterinário."
O diagnóstico não foi nada favorável. Ele tinha uma lesão em uma vértebra da coluna, já calcificada, que o impedia de andar. "Segundo ele, Jon tinha dores por ser tetraplégico e estava condenado, não tinha nada a se fazer", afirma.
Inconformada, procurou mais dois profissionais e ambos falaram que a eutanásia era a melhor saída. "Disseram que ele não se movimentaria, que não teria qualidade de vida e que, por isso, deveria ser sacrificado."
Sem aceitar as opiniões, Fais encontrou o veterinário Rodrigo Ferraz Scatolin, que sugeriu sessões de fisioterapia. "Ele disse que poderiam ajudar, mas o que aconteceu foi um milagre. Não só ajudou com as dores, mas permitiu que ele desse os primeiros passos", conta.
Tratamento
Scatolin conta que o animal chegou a sua clínica com cerca de 45 dias de vida e que foi constatada a lesão de imediato. "Mas vi alguns sinais que indicavam que a tetraplegia dele não era permanente", diz, sem saber o que causou o problema. "Ele andava normalmente e houve a lesão. Pode ter sido causada por uma pancada, por outro animal, por uma queda, enfim, há vários motivos possíveis."
O veterinário analisou que o cachorro deveria passar por sessões de acupuntura, ozonioterapia e fisioterapia, além de estimulações elétricas e com laser, que também são utilizadas em tratamentos de reabilitação em humanos. "Com esse tratamento, conseguimos corrigir o problema."
No começo, ele tinha duas sessões de fisioterapia e uma de acupuntura por semana. Agora, Jon vai a uma sessão de acupuntura e uma fisioterápica, de uma hora e meia por semana, quando também recebe aplicações de laser e faz alongamento e exercícios musculares. No total, já foram 15 sessões. Os procedimentos devem ser mantidos por pelo menos mais dez semanas.
“Utilizo a tecnologia para auxiliar o processo de fortalecimento muscular e também para amenizar a dor dos animais. Mais de 90% dos meus pacientes utilizam a fisioterapia aliada com equipamentos de reabilitação”, afirma o profissional.
Segundo Scatolin, a recuperação de Jon foi facilitada por ser jovem. “Ele teve uma lesão em uma vértebra que fica no começo do pescoço e que poderia ser fatal. Deu muita sorte de ficar apenas paralisado. O tratamento com fisioterapia teve um resultado fabuloso e possibilitou que ele recuperasse movimentos", disse.
A dona conta que sonha com o momento em que Jon possa bagunçar a casa inteira. "Hoje ele consegue caminhar, mas, se faz muita folia, corre o risco de a lesão voltar. Acabamos dando uma aliviada nas brincadeiras para não prejudicar a saúde dele, mas não vejo a hora de ele bagunçar tudo."
Ajuda
Fais conta ainda que buscou ajuda na internet para o tratamento de Jon, já que cada sessão de fisioterapia pode custar R$ 100. Ela criou uma página no Facebook chamada "Jon, o cãozinho tetraplégico", onde mostra o cotidiano do animal. Também fez rifas com objetos doados e começou a vender pães caseiros para conseguir dinheiro e custear o tratamento.
“Já consegui deixar algumas sessões pagas e comprar ração para ele. Mas o tratamento é muito caro, só na primeira semana foram mais de R$ 1.000. Estou em busca de ajuda", disse.
De acordo com a dona, a recuperação de Jon tem sido motivo de alegria na família. "Imagina um cachorro que não conseguia se mover. Agora anda por aí todo faceiro, feliz, embora todo tortinho. É de emocionar a gente."
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