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Mortes em Roraima são revolta por falta de estrutura, diz mulher de preso

Familiares de presos aguardam informações do lado de fora da PAMC (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo) Imagem: Anderson Soares/Roraima em Tempo

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

06/01/2017 12h23Atualizada em 06/01/2017 19h18

A mulher de um detento da Penitenciária Agrícola Monte Cristo, em Roraima, onde 31 presos foram mortos nesta sexta-feira (6), afirmou ao UOL que as mortes no local não têm relação com briga de facções e começaram ainda na noite do dia anterior

"Nenhuma morte foi por conta da facção. É por revolta mesmo contra o governo porque falta estrutura. Comida para os presos só está entrando de 15 em 15 dias. [O preso] só tem direito a uma visita por mês. Eles não estão se alimentando bem, a comida está sendo regulada. Sem contar que eles estão sendo sempre torturados, humilhados por agentes e policiais", afirmou Marilene dos Santos, cujo marido está preso por furto há quatro meses.

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"As pessoas que morreram foram estupradores e 'cabuetas' [pessoas que deduram colegas a agentes penitenciários]", disse por telefone.

Segundo Santos, desde a noite de ontem, familiares começaram a receber mensagens e fotos enviadas por presos sobre mortes dentro da unidade. "Na contagem dele, já são mais de 40 mortos", diz.

A familiar afirma que o clima no local era de grande tensão. "Isso já era esperado. Eles aproveitaram o que ocorreu em Manaus. Lá dentro é tudo misturado, não tem separação de preso nenhum", contou.

Desde que chegou à porta do presídio, os familiares afirmam que não receberam nenhuma informação sobre nomes de mortos e se há feridos.

Além disso, testemunhas afirmam ouvir estouros de bombas dentro do presídio desde o início da manhã.

"Não há nenhuma assistência, está todo mundo no sol quente. A gente já está a uns dois quilômetros porque eles não deixam chegar perto. As mulheres vão se unir e protestar", disse.

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