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MTST faz ato contra Doria na Paulista e promete acampar em frente à prefeitura

Manifestantes ligados ao MTST protestam na tarde desta terça-feira (31) na avenida Paulista contra o prefeito João Doria - Aloisio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Manifestantes ligados ao MTST protestam na tarde desta terça-feira (31) na avenida Paulista contra o prefeito João Doria Imagem: Aloisio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

31/01/2017 15h54

Manifestantes ligados ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) realizam um protesto na região central de São Paulo, nesta terça-feira (31), em direção à prefeitura. O ato ocorre duas semanas depois de o coordenador nacional do movimento, Guilherme Boulos, ter sido preso após uma reintegração de posse em São Mateus (zona leste de SP) em que quase 3 mil famílias ficaram desalojadas.

O grupo saiu do vão do Masp, na avenida Paulista, por volta das 14h - horário incomum para manifestações na avenida, que costumam acontecer no final da tarde -, e promete acampar por tempo indeterminado em frente à sede da administração municipal caso uma comitiva de representantes do movimento não seja recebida pelo Executivo.

Esse é o primeiro grande ato do movimento na gestão do prefeito João Doria (PSDB), no cargo há um mês. A estimativa dos organizadores é que ao menos 6 mil pessoas participam do ato. A Polícia Militar não deu uma previsão de público.

De acordo com um dos coordenadores do MTST, Josué Rocha, o ato quer que o prefeito dialogue com o movimento. “O que ocorre é que, desde que assumiu a gestão, o prefeito tem colocado que não vai dialogar com invasões. Queremos que ele negocie e veja os projetos que temos, pois o déficit de moradias hoje, só na capital, é de 600 mil unidades (em média, quase dois milhões e meio de pessoas). É muita gente na rua”, definiu Rocha. “Queremos que a administração receba uma comissão nossa, ou permaneceremos acampados em frente à prefeitura por tempo indeterminado”, concluiu.

Há duas semanas, líder do MTST era preso após reintegração

No último dia 17, o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, atribuiu a uma suposta ação "política" a prisão dele pela Polícia Militar ao final de uma reintegração de posse em que cerca de 700 famílias foram despejadas de um terreno em São Mateus (zona leste de São Paulo) pela Tropa de Choque da PM.

A PM prendeu Boulos pelos crimes de incitação à violência e desobediência civil. Ele depôs durante cerca de meia hora ao delegado do 49º DP (São Mateus) e foi liberado no fim do dia. "Foi uma prisão política, evidente. Eles alegam incitação à violência e despejam 700 famílias de forma violenta", disse, na ocasião.