Polícia recupera móveis de família com casa invadida em SP durante as férias
A Polícia Civil de Ribeirão Preto recuperou, na manhã desta terça-feira (14), a maior parte dos móveis e objetos levados da casa de uma família que saiu em viagem de férias por três meses e encontrou um casal com dois filhos morando em sua residência na volta.
Os móveis estavam na casa na qual os suspeitos passaram a morar depois de deixar o imóvel da família. O casal deve ser indiciado por furto, ameaça e esbrulho (quando alguém priva outra pessoa dos direitos da propriedade).
Após investigações, a Polícia Civil descobriu a nova casa dos suspeitos de invasão, que fica no mesmo bairro, a uma distância aproximada de 3 km, e conseguiu um mandado de busca para entrar no imóvel.
A ação foi acompanhada por Fernanda Souza, uma das moradoras da casa.
Segundo o delegado Gino Santana, responsável pelo inquérito, no local foram encontrados utensílios domésticos, móveis e equipamentos eletrônicos. O delegado também confirma ter apreendido, na casa do pai do suspeito de invasão, uma mesa e outros objetos que seriam das vítimas.
“Houve reconhecimento dos itens, e o casal foi levado à delegacia. Iremos ouvi-los novamente e apresentar a denúncia”, disse o policial.
Fernanda informou que reconheceu os objetos e que espera que, com a ação da polícia, a família possa finalmente voltar para casa. “Minha família toda está em São Paulo esperando que a Justiça devolva nossa casa. Vivemos à base de calmantes, essa situação acabou com a gente”, disse.
"Não recuperamos tudo, mas é um alento", disse.
Surpresa
Segundo Fernanda, o imóvel não tem escritura legalizada. Além dela, moravam na casa outras quatro pessoas. “A casa é nossa, mas havia algumas pendências que estamos resolvendo”, disse.
A família toda saiu do imóvel em outubro para acompanhar uma das donas da residência, que faz tratamento médico em São Paulo, e permaneceu na capital por 90 dias, na casa de um parente.
Ao voltarem para Ribeirão, no começo de janeiro, encontraram o imóvel ocupado.
No local, estavam Eder Fabri, a mulher dele e os dois filhos do casal. Na ocasião, Fabri afirmou que pagou R$ 160 mil pelo imóvel, à vista, além de 20 parcelas de R$ 2.000. O trato, segundo ele, era que, assim que as parcelas terminassem, ele poderia registrar a escritura.
A versão é contestada pela família, que registrou um boletim de ocorrência contra o casal.
Além do indiciamento no inquérito que apura o furto dos objetos da família, Fabri e a mulher também podem ser indiciados por invasão de propriedade se não confirmarem a negociação que fizeram com uma das integrantes da família.
Uma audiência foi marcada para 15 de março para determinar quem tem direito à propriedade da casa.
A reportagem tentou falar com Fabri, mas ele não foi localizado, assim como seu advogado. Na ocasião em que a denúncia foi feita, ele disse ter sido enganado por uma das moradoras do imóvel.
"A velha me enganou. Eu dei o dinheiro pra ela, e ela ficou de passar a escritura assim que terminasse de pagar. Tirei o dinheiro da boca dos meus filhos e não vou sair nesse prejuízo", disse Eder Fabri.
Segundo ele, um contrato chegou a ser feito, mas ele não conseguiu encontrá-lo. A polícia, entretanto, declarou não acreditar na versão. "Para nós, eles começaram mentindo e continuam mentindo", disse o delegado Santana.
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