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Bancários, metroviários e professores: veja quais categorias anunciaram adesão à greve

Durante protesto contra a reforma da Previdência na Candelária, Rio de Janeiro, manifestantes convocam para greve geral em abril - Hanrrikson Andrade/UOL
Durante protesto contra a reforma da Previdência na Candelária, Rio de Janeiro, manifestantes convocam para greve geral em abril Imagem: Hanrrikson Andrade/UOL

Mirthyani Bezerra e Daniela Garcia*

Do UOL em São Paulo

26/04/2017 04h00

As centrais sindicais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convocaram uma greve geral nacional para a próxima sexta-feira (28) contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB). Algumas categorias profissionais já confirmaram a adesão à paralisação nas principais capitais brasileiras, enquanto outras agendaram assembleias até a quinta-feira (27) para decidir se vão paralisar as atividades.

Procurada, a Secretaria de comunicação da Presidência não quis comentar a mobilização. Em diversas ocasiões, Temer disse que as reformas são necessárias para o país voltar a crescer e retomar a geração de empregos. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chegou a dizer que sem a reforma da Previdência o Brasil pode “quebrar”. Sobre a reforma trabalhista, Temer tem dito que é necessário modernizar as normas que regem as relações de trabalho.

A mobilização promete afetar serviços essenciais para a população, como o transporte urbano. Também vai ficar difícil voar na sexta-feira. Os aeroviários de todo o país aderiram à paralisação e prometeram cruzar os braços nos principais aeroportos brasileiros. Confira quem já disse que ia parar.

São Paulo

- Aderiram:

Os motoristas e cobradores que circulam na cidade de São Paulo prometeram não tirar os veículos da garagem na sexta-feira. A decisão foi definida em assembleia. As atividades só serão retomadas à 0h de sábado (29).

Os ferroviários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) são divididos em três sindicatos, e os três confirmaram adesão à greve geral. Sendo assim, cruzarão os braços os trabalhadores das linhas 7-rubi, 8-diamante, 9-esmeralda, 10-turquesa, 11-coral (Luz-Estudantes) e 12-safira (Brás-Calmon Viana).

Presente em 22 municípios e com uma malha ferroviária de 260,8 km e 92 estações, os trens da CPTM foram responsáveis pelo transporte de 819,5 milhões de passageiros em 2016 – ou seja, quase 2,25 milhões de usuários por dia.

Os bancários paulistas também decidiram, em várias assembleias realizadas em locais de trabalho, paralisar suas atividades na sexta-feira. Segundo o sindicato, oito em cada dez bancários decidiram pela participação da categoria na mobilização.

Na educação, os professores da rede privada de ensino decidiram aderir à paralisação. Tanto os professores da rede estadual quanto da municipal de São Paulo já haviam anunciado a adesão. 

Os aeroviários de Guarulhos aprovaram em assembleia aderir a greve de 24 horas desta sexta. Rodrigo Maciel, presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, diz que a ordem é paralisar as atividades a partir de 0h. Ele também informou que 30% dos funcionários vão manter as atividades, como preza a legislação. 

Os trabalhadores da saúde dos hospitais públicos de todo o Estado de São Paulo também prometeram parar. Segundo o Sindsaúde-SP, várias assembleias ainda estão sendo realizadas nos locais de trabalho para definir se os servidores das unidades paralisarão suas atividades na sexta-feira. A entidade informou que 13 unidades hospitalares vão participar da greve integralmente como o Hospital Cachoeirinha (zona norte) e outros 10 se comprometeram a paralisar as atividades durante parte do dia, como o Hospital Estadual Mandaqui (zona norte). 

- Podem aderir:

Os metroviários de São Paulo estão em estado de greve e devem paralisar as atividades no dia 28, mas assembleia está marcada para a quinta-feira (27), às 18h30, na sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, para ratificar a decisão tomada no dia 11 de abril.

“É quase impossível que a categoria volte atrás na decisão da última assembleia de paralisar. A partir da 0h da sexta não vai ter ninguém trabalhando no metrô. Amanhã vamos definir a organização da greve, ou seja, onde faremos piquetes, ações de convencimento”, disse o coordenador geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Wagner Fajardo.

A greve deve afetar os 3,7 milhões de usuários que, em média, que utilizam o serviço em dias úteis.

Sindicato dos Metroviários de São Paulo não representa os funcionários da Linha-4-amarela, que é administrada pela ViaQuatro. Eles são ligados ao Sindecrep-SP (Sindicato dos Empregados nas Empresas Concessionárias no Ramo de Rodovias e Estradas em Geral do Estado de São Paulo) e, geralmente, não costumam aderir às paralisações encabeçadas pelos metroviários.

“A nossa orientação é que eles adiram à greve. Nós estamos organizando estratégias hoje e amanhã para mobilizar os trabalhadores também da Linha-4. Os dirigentes sindicais estão nos postos de trabalho para conscientizar sobre a importância da mobilização para eles. Mas há uma grande dificuldade, por que eles são empregados da iniciativa privada”, explica Andrea Pineda, integrante do conselho sindical Sindcrep-SP.

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo não representa os funcionários da Linha-4-amarela, que é administrada pela ViaQuatro. Eles são ligados ao Sindecrep-SP (Sindicato dos Empregados nas Empresas Concessionárias no Ramo de Rodovias e Estradas em Geral do Estado de São Paulo). A concessionária informou nesta quarta (26) que as sete estações da linha (Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Fradique Coutinho, Paulista, República e Luz) vão funcionar normalmente

Pilotos e comissários de voo ainda decidem se vão fazer a paralisação em assembleia nesta quinta-feira (27).

Os trabalhadores dos Correios de todo Brasil entrarão em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (26) a partir das 22h. As ameaças de privatização e demissões, o fechamento de agências e o "desmonte fiscal" da empresa, com diminuição do lucro devido a repasses ao governo e patrocínios, são os principais motivos para a mobilização, segundo a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares).

Rio de Janeiro

- Aderiram:

Motoristas, cobradores e fiscais de transporte público na capital fluminense decidiram em assembleia realizada nessa segunda-feira (24) aderir à greve geral. A expectativa é de que ônibus, BRT, VLT e transporte escolar fretado não circulem na sexta na capital fluminense.

O Sintraturb-Rio convocou para as 8h30 um ato na frente da Prefeitura do Rio para pedir ao prefeito Marcelo Crivella (PRB) que seja baixado um decreto proibindo a terceirização no setor de transporte coletivo da cidade.

Os bancários do Rio também decidiram parar na sexta-feira. A categoria realizou uma assembleia para confirmar a participação na greve geral na última quarta-feira e a decisão foi unânime.

Assim como os paulistanos, os professores da rede privada de ensino do Rio também decidiram aderir à greve geral. Os professores da rede pública (municipal e estadual) também deliberaram pela participação da categoria na mobilização nacional.

Os servidores do Poder Judiciário também vão paralisar os serviços. O fórum vai atender apenas demandas emergenciais. Um ato contra pacote de medidas de austeridade do governo estadual está marcado para 15h da sexta-feira em frente à Alerj. Às 17h, os profissionais vão se unir ao ato unificado no Centro.

- Podem aderir:

Os metroviários do Rio ainda não decidiram se vão participar da mobilização nacional.

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No Rio, um dos atos da greve será em frente à Alerj
Imagem: Luiz Souza - 9.fev.2017/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Belo Horizonte

- Aderiram:

Os motoristas de ônibus e demais trabalhadores rodoviários de Belo Horizonte e região decidiram em assembleia realizada na segunda (24) aderir à greve geral. Eles vão parar a partir da 0h de sexta-feira, por um período de 24 horas.

Segundo o STTR-BH (Sindicato dos Rodoviários de BH e Região), cerca de 16 mil trabalhadores devem parar. Uma média de 3.200 veículos circula na capital mineira.

Os funcionários do metrô da capital mineira e de Contagem também aderiram à greve. A decisão foi tomada na noite da terça-feira (25), em assembleia da categoria realizada na praça da Estação.

Os bancários da capital mineira e região aprovaram em assembleia realizada no dia 18 a sua participação no movimento da sexta-feira. “Os bancários estão habilitados a paralisar a prestação dos serviços no dia 28 de abril, ressalvados os trabalhadores que atuam em área de compensação bancária, que deverão organizar, juntamente com o sindicato, um esquema especial de trabalho”, informou o sindicato.

Os professores da rede estadual prometeram uma participação massiva na greve na sexta, segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais. Os municipais de Belo Horizonte decidiram parar já a partir de manhã. As escolas não funcionarão por dois dias.

A Associação dos Docentes da PUC Minas também anunciou que os professores da faculdade decidiram pela adesão à greve, mas que não é possível prever quantos realmente paralisarão as atividades.

Os profissionais de saúde farão paralisação, e deverão cumprir somente a escala mínima, exigida por lei. De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais, as unidades da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), composta por 21 unidades incluindo capital e interior, estarão somente com a escala mínima.

Os trabalhadores da saúde municipal também são esperados na greve geral. De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de BH não é possível prever quais unidades irão aderir, mas acreditam que diversos postos de saúde terão apenas escala mínima.

O Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais anunciou que a categoria decidiu em assembleia também paralisar atividades.

A Federação Sindical e Democrática dos Metalúrgicos  e o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais disse que a categoria vai parar. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas também anunciou que a categoria decidiu em assembleia pela greve.

- Podem aderir:

Os professores da rede privada de ensino deixaram para decidir se paralisam no dia da greve geral. Uma assembleia está marcada para as 9h na sede do Sinprominas, no centro de Belo Horizonte. O sindicato disse aguardar uma grande adesão à greve geral por parte da categoria.

Brasília

- Aderiram:

Os rodoviários do Distrito Federal também vão aderir à greve. Eles paralisarão a partir das 0h no dia 28.

Os metroviários do DF também decidiram não trabalhar nesta sexta. A assembleia da categoria foi realizada no último domingo (23) e ficou estabelecido que a categoria não trabalhará das 0h às 23h59 desta sexta-feira (28). “Aderir à greve geral é pressionar os deputados nas suas bases eleitorais. Agora é hora de lutar, de forma unida, contra a aprovação dessas reformas”, informou comunicado do Sindmetrô-DF sobre o resultado da assembleia.

Os bancários fizeram uma segunda assembleia nesta terça (25), e confirmaram a participação da categoria na mobilização nacional. A primeira foi realizada no dia 20.

- Podem aderir

O Sinproep-DF (Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal) está negociando com as escolas particulares reposição das horas de paralisação, para que os docentes participem da greve. “Professores (as) que estiverem de acordo em participar da luta pela sua aposentadoria devem contatar o Sindicato para que possamos negociar com sua escola”, informou no site.

Curitiba

- Aderiram:

Os motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba, representados pelo Sindimoc, já confirmaram que vão aderir à paralisação da próxima sexta-feira (28/04). De acordo com o Sindimoc, ainda não há confirmação se haverá frota mínima. A Associação Comercial do Paraná (ACP) estima que, quando os ônibus não operam, o prejuízo diário é de R$ 150 milhões, englobando comércio, indústria e serviços.

Os servidores públicos de Curitiba também vão participar da greve geral. A decisão foi tomada após assembleia-geral realizada na segunda (24). Representados pelo Sismuc, a decisão não afeta os guardas municipais, auditores fiscais, servidores da Câmara Municipal de Curitiba e professores municipais – no entanto, esses profissionais também vão aderir ao movimento.

Os professores e servidores das escolas municipais e estaduais vão também aderir à paralisação. A categoria que conta com 75 mil profissionais sindicalizados. A definição foi tomada no último dia 8. Além disso, o Sindicato dos Professores do Paraná (Sinpropar), que representa os profissionais da rede particular de ensino (entre 12 e 15 mil profissionais), também vai parar nesta sexta-feira. Será a primeira vez que o Sinpropar fará uma paralisação desde 1943.

Os servidores estaduais da saúde também não vão trabalhar na sexta. O Sinditest-PR, que representa os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e o Hospital de Clínicas, segue o mesmo caminho. 

Os trabalhadores da limpeza urbana também decidiram parar. 

Recife

- Aderiram

Os rodoviários da região metropolitana do Recife também decidiram pela participação na greve geral. A decisão foi comunicada durante caminhada realizada pela categoria no final da tarde da segunda-feira (24) contra a retirada dos cobradores das linhas de ônibus. Segundo o Sttrepe, a decisão foi unânime. O serviço ficará suspenso a partir da 0h da sexta.

Os metroviários também vão aderir à greve. A categoria aprovou a participação na mobilização nacional no dia 19, em uma assembleia realizada na estação central do metrô, no centro do Recife. Outra reunião foi marcada para esta terça, para definir as estratégias da greve.

Os bancários de Pernambuco também decidiram aderir à paralisação, assim como os aeroviários.

Fortaleza

- Aderiram

Os trabalhadores estaduais da saúde no Ceará decidiram paralisar suas atividades na sexta, segundo o Sindsaúde-CE. Um ato está marcado para as 7h em frente ao Hospital Geral Dr. César Cals, em Fortaleza, um dos maiores hospitais públicos do Estado. De lá, os trabalhadores seguirão em caminhada até o Instituto Dr. José Frota, hospital municipal. “Juntos vamos todos ao ato na praça da Bandeira, onde está marcada a concentração da manifestação contra as reformas”, informou um funcionário do Sindsaúde. 

Os bancários aprovaram a adesão da categoria à greve geral em assembleia realizada no dia 19.

Os rodoviários do Estado também confirmaram adesão ao movimento após a assembleia do dia 20. 

Salvador

- Aderiram

Os rodoviários da Bahia aproveitaram a assembleia sobre a campanha salarial da categoria para aprovar a participação de motoristas, cobradores e fiscais do transporte urbano da capital baiana na greve geral desta sexta. “Vamos parar a partir da 0h da sexta e permaneceremos assim o dia inteiro, em todo o Estado. Ao todo, somos cerca de 28 mil rodoviários em toda a Bahia”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, Fabio dos Santos Primo.

Porto Alegre

- Aderiram:

Entidades ligadas aos rodoviários e metroviários informaram que as categorias vão aderir à greve. 

Os bancários também aprovaram a adesão da categoria à paralisação. 

Nas escolas, professores das redes municipal, estadual, privada e federal vão paralisar as atividades. 

Os aeroviários também confirmaram adesão ao movimento.

Manaus

- Aderiram: 

Professores da rede pública, aeroviários e bancários confirmaram que vão suspender as atividades nesta sexta. 

Belém

- Aderiram:

Aeroviários, bancários e professores da rede pública vão cruzar os braços na capital paraense. 

- Podem aderir: 

Os rodoviários vão definir se a categoria participará da greve em assembleia-geral às 17h desta quinta (27).

Goiânia

-Aderiram:

Os policiais civis confirmaram adesão à paralisação desta sexta. O efetivo policial será reduzido para 30% até às 9h do sábado (29). 

Os aeroviários decidiram se juntar à mobilização e cruzar os braços por 24 horas, o que deve impactar a realização de voos no Aeroporto Internacional Santa Genoveva.

Bancários também vão paralisar as atividades nesta sexta.

*Colaboraram Marcela Lemos, no Rio de Janeiro, Flávio Ilha, em Porto Alegre, Carlos Eduardo Cherem, em Belo Horizonte, Vinícius Boreki, em Curitiba, Aliny Gama, em Maceió.