Equipe da TV Globo tem carro apedrejado em 'nova cracolândia' em SP
Janaina Garcia
Do UOL, em São Paulo
29/05/2017 12h37
Uma equipe da TV Globo teve o carro depredado na manhã desta segunda-feira (29) em frente à cracolândia formada na praça Princesa Isabel, região central da capital. A nova área de consumo está a cerca de 400 metros da cracolândia que perdurou durante mais de década na rua Helvétia --dispersada no último dia 21 em ação da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Metropolitana).
De acordo com a equipe de reportagem da emissora, os profissionais haviam estacionado o veículo, identificado com o logotipo da emissora, na avenida Rio Branco, para entrevistar comerciantes do entorno.
Veja também
Quando voltaram, por volta de 10h45, o veículo havia sido apedrejado --um vidro foi destruído, e pertences da equipe, como bolsas e documentos, levados.
Segundo os jornalistas, eles tiverem de correr para um restaurante quando os usuários que atacaram o carro os avistaram. Dentro do estabelecimento, ficaram fechados cerca de 40 minutos, com as portas abaixadas --e também apedrejadas.
O aviso sobre o arrombamento foi dado por policiais a outra equipe da emissora, que também estava próxima.
A praça é uma das novas cracolândias surgidas na cidade após a realização da operação policial comandada pelas gestões tucanas do governador Geraldo Alckmin e a do prefeito João Doria contra o tráfico de drogas na antiga cracolândia.
Desde o final da manhã, integrantes do Conselho Nacional de Direitos Humanos, da comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, do Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana (Condepe) e do Ministério Público fazem uma vistoria na região --no programa Redenção, da Prefeitura, e na própria praça Princesa Isabel.
O grupo teve de se dividir para entrar sem alarde no fluxo de usuários. Após a vistoria, será elaborado um relatório.
Governo lamenta agressão
Em nota, o governo do Estado disse que “lamenta a agressão sofrida pela equipe da Rede Globo” na. “A cobertura da imprensa exerce papel fundamental de fiscalização e transparência, e deve ser realizada sem ameaças”, diz o texto.
“O incidente está sendo investigado pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, que hoje conta com efetivo de 220 policiais na região, e demonstra a necessidade do combate ao tráfico, que se aproveita da fragilidade dos usuários de drogas para lucrar com o crime”, conclui a nota.