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'Minha família está abrigada com animais no aviário', diz moradora do RS

Imagem de uma rua na cidade de Arroio do Meio Imagem: Arquivo Pessoal

Vinícius Rangel

Colaboração para o UOL

02/05/2024 18h15

Moradores da região de Arroio do Meio, no Rio Grande do Sul, estão ilhados, outros abrigados em cidades vizinhas, sem energia e sem qualquer tipo de comunicação. Em Forqueta, uma família buscou abrigo em um aviário, junto com outros animais.

As irmãs Andrea Fucks, 30, e Adriana Fucks, 32, estão fora de casa desde a última segunda-feira (29), quando viram a água invadir de forma rápida e violenta o escritório de contabilidade da família e a própria residência.

Moro em Arroio Grande que é no interior de Arroio do Meio. Na segunda começou a chuva forte, aí os arroios começaram a sair e eu não consegui mais voltar pra casa. Em Arroio Grande teve desmoronamento de terras, as pontes foram levadas. Tem lugar que nem telhado dá pra ver mais, disse a contadora Andrea Fucks, ao UOL.

O que se sabe

As linhas telefônicas foram danificadas por causa da chuva. Boa parte da comunicação está sendo feita via rádio. Segundo os moradores, as notícias sobre outras cidades e familiares estão limitadas.

A gente não tem mais informações. Estamos agora no bairro Bela Vista e, daqui, a gente consegue ver a água cobrindo tudo. Na cidade de Arroio do Meio, pelo que a gente sabe, neste momento, a água ainda não chegou na igreja, que é o ponto mais alto, mas assim, está horrível. Não sei que horas isso vai passar, desabafou Andrea.

"Minha família está junto com os animais no aviário"

A família das irmãs é produtora de leite na região da cidade de Forqueta (RS) e possui um aviário. Segundo elas, a água tomou conta de boa parte da área. Os animais foram realocados, outros fugiram ou morreram. A família está há mais de 24 horas sem comunicação.

A última vez que a gente conseguiu contato com a minha mãe foi ontem à tarde. O rio Forqueta estava dentro da casa dos meus pais. A água já estava saindo pelas janelas. A última coisa que ficamos sabendo é que a nossa família está junto com os animais no aviário, contou Adriana Fucks ao UOL.

A gente não tem mais contato com ninguém. A única coisa que a gente sabe é que o rio está crescendo, então, assim, aqui está todo mundo desesperado, sem saber o que fazer. Estamos vivendo algo pior do que setembro do ano passado. Os bairros entre si não conseguem mais se contatar, está bem desesperador aqui de verdade, não sei o que nos espera para cá ainda. Não para de chover, afirmou aflita Andrea ao UOL.

Cemitério de Arroio Grande, no Rio Grande do Sul Imagem: Arquivo Pessoal

Estado de calamidade

O governador Eduardo Leite (PSDB) decretou estado de calamidade pública no estado. As chuvas e enchentes foram classificadas como desastres de nível 3 — "caracterizados por danos e prejuízos elevados".

O decreto tem um prazo de 180 dias. "A situação de anormalidade declarada em âmbito estadual por este Decreto, não obsta o início ou o prosseguimento da declaração em âmbito local pelos Municípios, que poderão avaliadas e homologadas pelo estado", diz o texto.

Rio Grande do Sul tem ao menos 21 mortes pelas chuvas. Os óbitos foram registrados contabilizados pelo UOL com base em informações disponibilizadas pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.

Há 21 desaparecidos em cinco cidades. São elas: Candelária (8), Encantado (6), Roca Sales (4), São Vendelino (2) e Passa Sete (1).

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