Polícia prende "primeira-dama" do crime, suspeita de ter cargo de liderança no PCC
A Polícia Civil de São Paulo prendeu preventivamente, na noite de domingo (23), em Cangaíba, zona leste, a empresária Talitta Buzaif Martorano, 27, suspeita de organizar um "tribunal do crime" - uma espécie de julgamento ilegal em que integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) sentenciam à morte ou absolvem suspeitos de terem cometido crimes dentro da comunidade em que vivem.
A advogada da suspeita afirmou que não comentaria o caso.
O delegado Carlos Alberto da Cunha, do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), afirmou que ela seria "uma peça muito importante na estrutura da organização criminosa".
Segundo a polícia, Talitta tinha o apelido de '"primeira dama" por ser considerada bonita e respeitada no meio criminoso.
Sua família tinha imóveis e recursos financeiros suficientes, mas ela teria decidido entrar na vida criminosa depois de namorar um traficante de drogas. A partir de então teria passado a viver somente do crime organizado.
Talitta é suspeita de exercer função de comando no tráfico de drogas na zona leste de São Paulo e também em Caraguatatuba, no litoral paulista, segundo a polícia.
Ela era procurada desde o fim de junho. De acordo com o Deic, a mulher teria dado sentença de morte em um "tribunal do crime" a uma empregada doméstica suspeita de ter furtado R$ 50 mil em cheques da mãe de Talitta. O suposto crime nunca foi comprovado.
A polícia conseguiu chegar ao local onde acontecia o julgamento antes do assassinato da doméstica e a libertou. Na ocasião, dois homens e duas mulheres foram detidos, mas Talitta conseguiu fugir dos policiais e passou a ser procurada.
"Tinha uma rota de fuga nos fundos da casa”, afirmou o delegado Carlos Alberto da Cunha, titular da 6ª Delegacia de Patrimônio.
Segundo Cunha, "informações apontaram a presença dela em uma lanchonete instalada em um hipermercado na marginal esquerda Tietê". Com as informações, a polícia abordou a suspeita de forma "discreta" e a retirou do local sem tumulto.
Ela responderá pelos crimes de organização criminosa, porte ilegal de arma e cárcere privado - por ter mantido da empregada doméstica em cativeiro para o julgamento no "tribunal do crime".
Para inibir uma possível tentativa de resgate, policiais do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo) deram apoio à operação.
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