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Homem que matou menina de 6 anos no interior de SP em 2015 é condenado a 25 anos de prisão

Ana Gabrielly Santos Ferreira tinha 6 anos quando foi assassinada, em 2015 - Arquivo pessoal
Ana Gabrielly Santos Ferreira tinha 6 anos quando foi assassinada, em 2015 Imagem: Arquivo pessoal

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto (SP)

26/07/2017 20h08

A Justiça de Conchal (SP) condenou a 25 anos e seis meses de prisão o homem acusado de matar a menina Ana Gabrielly Santos Ferreira, 6, em agosto de 2015. Marcelo Pedroni confessou o crime durante as investigações, mas afirmou que estava sob efeito de drogas. Familiares, amigos e populares estiveram presentes ao júri, que ocorreu nesta quarta-feira (26) em uma escola da cidade. Para a família, a sentença foi encarada com alívio. 

Pedroni foi acusado e condenado por homicídio duplamente qualificado – sem chance de defesa e por motivo torpe –, além de ocultação de cadáver. Ele, que já não havia se manifestado nas audiências do caso, não participou do julgamento desta quarta, que começou por volta das 8h na Escola Estadual Padre Alberto Veloni e foi marcado por muita emoção. 

Os depoimentos foram suspensos ao menos duas vezes para que os presentes se acalmassem. “Tudo que eu quero é Justiça. Acho que isso foi feito, embora nossa alegria não volte mais. Acho que nunca mais”, disse Zuleide Silva, tia-avó da menor. 

Também abalada, Suzana dos Santos Ferreira, mãe da menina, se disse “aliviada”. “Sinto que, depois de dois anos, eu vou conseguir dormir. Quero que ele apodreça na cadeia”, disse. A sobrinha da menor, Rosângela Ferreira, também comemorou. "É um alívio, mas a gente esperava mais. Fica aquela sensação de que ele acabou com a nossa vida e nada vai mudar isso", disse.

O promotor Lucas Ribas, que atuou no caso, afirmou que o júri popular entendeu a responsabilidade de Pedroso, e que a condenação pode servir como um reinício para a família. "Havia muitos elementos que atestavam a autoria e a consciência dele sobre o crime, e esse entendimento felizmente prevaleceu”, disse.

O caso

Ana Gabrielly sumiu em 15 de agosto, quando passava o dia com a tia, Rosângela, em um apartamento localizado no Conjunto Habitacional Ângela Calef. No local, também estavam o namorado da tia, a filha de dez anos e outra sobrinha de três meses.

Segundo relato de Rosângela, em determinado momento ela teve de descer as escadas para atender a irmã. Ela levou a filha e a outra sobrinha e ficou por cerca de cinco minutos fora. Quando voltou, Ana Gabrielly não estava mais no apartamento. 

A família mobilizou a cidade nas redes sociais buscando informações sobre o paradeiro da criança, com cartazes espalhados pela cidade e região em busca de informações, mas ela só foi encontrada morta cinco dias depois, em um terreno ao lado do condomínio.

Investigação

A investigação policial, comandada pelo delegado Daniel Pinho, que deixou a cidade e hoje trabalha em Iracemápolis, apontou que a criança entrou no apartamento de Pedroni, localizado um andar abaixo do de Rosângela. Ele estava sozinho e acabou mantendo a menor no local. Minutos depois, a garota recebeu dois golpes de faca no pescoço. O exame necroscópico revelou que a menina ainda teve dentes fraturados e sofreu fratura exposta no crânio, provocados por golpes deferidos pelo homem. Para silenciá-la, ele colocou estopa na boca dela.

Na versão da Polícia Civil, Pedroni envolveu o corpo da criança em um lençol e o colocou dentro de um saco, ocultando-o debaixo de uma cama num dos quartos do apartamento onde vivia com a mulher e dois filhos. Cinco dias depois do crime, jogou o corpo no terreno ao lado do prédio, em razão do cheiro que exalava. Antes de ser identificado, Pedroni chegou a participar das buscas.

Ele foi preso em 21 de agosto, depois que vizinhos comentaram com a polícia sobre um cheiro forte vindo da casa dele, e admitiu o crime. Na ocasião, Pedroni disse que estava sob efeito de drogas. Tanto a mulher quanto as crianças afirmaram que não tinham conhecimento do crime. Apesar disso, a mulher dele sofreu uma tentativa de linchamento e teve que se mudar da cidade com os filhos.