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PM e Forças Armadas fazem varredura na Rocinha; operação deixa 2.400 sem aulas

Corpos são encontrados na Rocinha após tiroteio nesta segunda

Band News

Do UOL, no Rio

10/10/2017 07h14Atualizada em 10/10/2017 14h57

A Polícia Militar do Rio de Janeiro e as Forças Armadas realizam uma operação de busca de armas e drogas na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira (10). Segundo a Secretaria de Estado de Segurança, a ação ocorre na área de mata no entorno da comunidade, situada na região entre os bairros de São Conrado e da Gávea.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, as tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão dando "apoio técnico" para a Polícia Militar, que realiza a varredura no terreno. A operação mobiliza 550 homens.

Até 10h40, as autoridades ainda não haviam divulgado balanços da ação. Durante a última madrugada, uma mulher foi presa e duas adolescentes, apreendidas dentro de um ônibus por PMs do Batalhão de Choque. Elas estavam com drogas e anotações sobre atividades criminosas, na estrada da Gávea.

Rocinha dez de outubro  - Fábio Motta/Estadão Conteúdo - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
Militares patrulham ruas e becos da Rocinha, na zona sul carioca
Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

A Secretaria Municipal de Educação informou que, por conta da varredura, oito unidades da rede suspenderam as atividades na manhã de hoje, prejudicando 2.489 alunos. Estão fechadas cinco escolas, duas creches e um EDI (Espaço de Desenvolvimento Infantil).

A Rocinha vive uma disputa entre grupos de traficantes depois de uma briga entre os ex-aliados Antônio Bonfim Lopes, o Nem, e Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157.

O racha ocorreu após uma tentativa de invasão à comunidade, no mês passado. Na ocasião, mesmo detido na penitenciária federal de Rondônia, Nem ordenou que criminosos leais tentassem derrubar a quadrilha de Rogério 157, que assumiu o comando das bocas de fumo da Rocinha depois da prisão do ex-aliado, em 2011.

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O episódio desencadeou uma intensa crise de violência na Rocinha, onde os tiroteios passaram a ocorrer com frequência diária. Em apenas dois dias, após a tentativa de invasão, quatro pessoas morreram.

A resposta do Estado veio com uma grande ação de cerco militar. Foram mobilizados mais de 1.000 homens, entre militares das Forças Armadas e das polícias do Rio de Janeiro. A favela chegou a ser ocupada por uma semana. O quadro de violência, porém, continuou após a saída das tropas federais. A segurança agora é feira pela PM.

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No último domingo (8), um rapaz de 23 anos foi baleado enquanto tomava banho em casa. Egberto Fernandes Queiroz foi atingido no ombro, por volta do meio-dia, e levado ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, e teve alta no mesmo dia e saiu do hospital caminhando.

Ontem, a polícia prendeu um homem apontado como segurança pessoal de Rogério 157. Adaílton da Conceição Soares, conhecido como Mão, foi preso por policiais do Setor de Inteligência da Coordenadoria de Polícia Pacificadora e da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da favela do Jacarezinho, situada na zona norte da cidade.

Contra Adaílton, 32, havia um mandado de prisão por tráfico de drogas. Ele foi detido em uma casa no bairro Rodilândia, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Também na segunda-feira (9), dois homens foram encontrados mortos na parte alta da favela. Policiais militares da UPP foram chamados por moradores e acionaram a Delegacia de Homicídios, que fez perícia no local. Os corpos estavam perto da rua 1.