Topo

Google aceita retirar vídeos do YouTube com "fake news" sobre Marielle

Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada no Rio de Janeiro - Divulgação/PSOL
Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada no Rio de Janeiro Imagem: Divulgação/PSOL

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

05/04/2018 18h44

O Google, dono da plataforma de vídeos YouTube, concordou com um acordo judicial para retirar de sua rede ao menos 12 publicações com notícias falsas sobre a vereadora Marielle Franco. A audiência do processo ocorreu nesta quinta-feira (5), na 47ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio.

A ação foi movida por uma equipe de advogadas que defendem a irmã e a mulher da vereadora, assassinada a tiros junto ao motorista, Anderson Gomes, em 14 de março.

Desde que o crime veio a público, uma série de notícias falsas sobre Marielle começaram a circular na internet. Algumas delas chegavam a dizer que a vereadora havia sido eleita pelo crime organizado ou fora casada com um traficante - o que não é verdade.

No dia 22 de março, o Tribunal de Justiça do Rio determinou que ao menos 16 vídeos com notícias falsas fossem retirados do site do YouTube. O Google e o YouTube não produziram os vídeos, mas suas redes foram usadas por terceiros para divulgá-los.

A empresa então bloqueou o acesso ao material para usuários que usam a plataforma dentro do Brasil

Porém, conforme o UOL revelou na semana passada, parte desses vídeos ainda podia ser visto com o uso de um recurso chamado VPN (rede privada virtual, que mascara a localização geográfica do usuário, situando-o em outro país) 

Segundo a advogada Evelyn Melo, que representa as familiares de Marielle, o Google disse que retiraria os vídeos que estão disponíveis para exibição internacional ou por meio de VPN.

Também será criado um canal direto entre as advogadas da irmã e da mulher da vereadora para remoção de conteúdos que, eventualmente, surjam novamente no YouTube.

Na audiência, a juíza Marcia Correia Hollanda também determinou a supressão de três novas publicações com ofensas à honra e notícias falsas sobre Marielle. Ela deu 72 horas para que a ordem seja cumprida.

No despacho da magistrada, também foram solicitados ao Google o fornecimento à defesa da vereadora de dados dos responsáveis pelas publicações.

Devido ao comparecimento ao julgamento de um representante do Google, a juíza abriu a possibilidade da empresa entrar com um recurso para contestar a decisão.

Procurado, o porta-voz do Google não foi localizado para comentar a decisão. O TJ-RJ também não se manifestou sobre a audiência.