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Ex-goleiro Bruno é transferido de presídio para Apac, onde terá de trabalhar e estudar

Bruno chegou a fechar com o clube Boa Esporte nos dois meses em que esteve solto, em 2017 - Reprodução/ESPN
Bruno chegou a fechar com o clube Boa Esporte nos dois meses em que esteve solto, em 2017 Imagem: Reprodução/ESPN

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

20/06/2018 21h34

O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza deixou o presídio de Varginha (MG) nesta quinta-feira (21), informou a Secretaria de Administração Prisional de Minas Gerais. Ele foi transferido para a Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) do município em decisão do juiz da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais, Tarciso Moreira de Souza, publicada nesta quarta-feira (20). Na decisão, o magistrado afirmou ser de “extrema importância à reeducação e ressocialização do educando o desempenho de trabalho lícito, instrumento de afirmação da dignidade humana”.

Bruno de Souza deverá ter reuniões com a direção da Apac para definir quais atividades e trabalhos ele exercerá na instituição. Nas Apacs os presos são obrigados a trabalhar e a estudar. De acordo com a decisão, 51 dias devem ser remidos - ou seja, descontados da pena -, já que o goleiro trabalhou 153 dias entre outubro de 2017 e abril de 2018.

O ex-goleiro foi preso em 2010 e condenado pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e por sequestro e cárcere privado do filho deles. Ele havia sido condenado por ocultação de cadáver, mas a pena foi extinta porque a Justiça considerou que o crime havia prescrevido.

A pena somada dos crimes pelos quais foi condenado chegou a 20 anos e nove meses de prisão. Como homicídio é considerado crime hediondo, ele precisa cumprir 40% da pena para ter direito à progressão de regime. Assim, ele precisa cumprir 2/5 (sete anos) da condenação de 17 anos e seis meses pelo homicídio triplamente qualificado de Samudio, e 1/6 (seis meses e 15 dias) pela pena de três anos e três meses do sequestro e cárcere privado de seu filho, num total de sete anos, seis meses e 15 dias de prisão.

O ex-goleiro passa a dormir e trabalhar na Apac de Varginha, enquanto aguarda o julgamento de um habeas corpus impetrado no STF e a atualização da pena, que atualmente aponta o direto à progressão ao regime semiaberto em dezembro de 2018.

Assim, embora uma falta considerada grave cometida em 2013 tenha retardado o direito à progressão de regime, o provável é que o ex-goleiro possa passar para o regime semiaberto entre novembro e dezembro deste ano.

Bruno foi preso em 2010 e recebeu liberdade em fevereiro do ano passado. Por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), ele foi preso novamente dois meses depois.

O UOL não localizou os defensores do ex-goleiro na noite desta quarta-feira (20) para comentarem a transferência de Bruno Fernandes para a Apac de Varginha.