Modelo que morreu teria feito cirurgia estética em quarto de hotel, afirma delegado
A modelo Mayara Silva dos Santos, 24, que morreu após supostamente ser submetida a um procedimento estético nos glúteos na última sexta-feira (20), teria feito a intervenção em um quarto de hotel no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. O nome do local não foi revelado.
O caso —que começou a ser investigado pela 16ª DP (Barra da Tijuca), mas foi transferido para a 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes)— teve uma reviravolta no curso das investigações entre ontem (24) e hoje (25).
Segundo o delegado titular da 42ª DP, Eduardo Freitas, imagens de câmeras de segurança do hotel obtidas pelos investigadores mostram que Mayara entrou no prédio andando normalmente e depois saiu passando mal, acompanhada da aposentada Tânia Cristina de Lima e da filha dela, Ohana, que era amiga da modelo. A polícia também obteve imagens da chegada de Mayara ao apartamento da amiga.
As imagens contradizem o depoimento dado ontem à polícia por Tânia. A aposentada relatou que Mayara teria ido ao seu apartamento, onde mora com Ohana, para comprar produtos de beleza. Ela afirmou que a modelo teria chegado em boa condição física ao apartamento, mas que aparentava estar sob efeito de drogas e teria passado mal após a chegada, já dentro do imóvel.
No entanto, imagens obtidas pela polícia mostram que Mayara chegou carregada por Ohana ao apartamento, segundo informou o delegado.
“Temos certeza de que alguma coisa aconteceu naquele quarto de hotel. Não temos uma confissão ainda e o laudo do IML não está pronto, mas todos os indícios apontam para um procedimento invasivo em Mayara”, disse Freitas ao UOL.
Na terça, Tânia e Ohana foram ouvidas na condição de testemunhas, conforme relatou o delegado Felipe Santoro, da 16ª DP, que estava com o caso - com a transferência de DPs, a investigação passou ao comando do delegado Freitas.
"Mayara chegou passando muito mal, não conseguia nem andar. Estava amparada por Ohana", disse o delegado.
Ao menos três pessoas estiveram no hotel, de acordo com as investigações: Tânia, Ohana e a massoterapeuta Valéria dos Santos Reis, 54.
Ao prestar depoimento, a massoterapeuta declarou que fez apenas uma avaliação para um procedimento de massagem chamado drenagem linfática. A versão, no entanto, é questionada pelos agentes com base no material de filmagem das câmeras de segurança.
Demora no socorro
Segundo o delegado, passaram-se duas horas entre a chegada ao apartamento e o encaminhamento ao hospital. “Chegaram a chamar uma farmácia e pedir medicamento para a dor. Por que ela não levou ela direto para o hospital? Cada um desses minutos foi crucial para a vida de Mayara”, enfatizou.
A ambulância chegou ao prédio de Tânia e Ohana por volta de 18h40 de sexta. Mayara teve três paradas cardíacas na unidade móvel e chegou sem vida ao hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.
Em depoimento na terça, Tânia contou que chamou o Corpo de Bombeiros para socorrer Mayara, mas que, com a demora, apelou a um vizinho que seria membro da corporação. Ela contou que o grupo levou Mayara ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra.
O delegado aguarda o laudo do IML para se certificar da causa da morte da modelo. Ele vai ouvir novamente as pessoas envolvidas nas últimas horas em vida de Mayara a fim de apurar a dinâmica dos fatos e qual o papel de cada uma antes de a modelo morrer.
O UOL tentou entrar em contato com Ohana, Tânia e Valéria, assim como com a defesa das mencionadas pelo delegado, mas elas não foram localizadas até a publicação desta reportagem.
Modelo relatou medo de morrer
A uma amiga, Mayara relatou medo de morrer. Em troca de mensagens com uma amiga sobre o caso da bancária Lilian Calixto (que morreu após se submeter a um procedimento com Denis Furtado, o “Doutor Bumbum”), a modelo declarou que estava pensando em desistir de fazer o procedimento. “Quero morrer não”, disse em um trecho da conversa.
A amiga teria, então, incentivado a modelo a se submeter ao procedimento: “cada pessoa reage de um jeito”, afirmou.
As conversas foram obtidas pela polícia e reveladas à reportagem pelo delegado titular da 42ª DP.
Prima de Mayara, a produtora e blogueira Gisele Matheus lamentou a morte da parente. “Além de muito bonita e batalhadora, ela era muito vaidosa. A vaidade fez com que ela fosse vítima desse incidente”, declarou Gisele à reportagem. Segundo ela, Mayara sempre quis ter o corpo perfeito. “Foi uma obsessão que virou uma fatalidade”.
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