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Modelo que morreu teria feito cirurgia estética em quarto de hotel, afirma delegado

Mayara Silva dos Santos, 24, modelo que morreu após supostamente ter passado por um procedimento estético nos glúteos - Arquivo pessoal
Mayara Silva dos Santos, 24, modelo que morreu após supostamente ter passado por um procedimento estético nos glúteos Imagem: Arquivo pessoal

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

25/07/2018 21h16

A modelo Mayara Silva dos Santos, 24, que morreu após supostamente ser submetida a um procedimento estético nos glúteos na última sexta-feira (20), teria feito a intervenção em um quarto de hotel no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. O nome do local não foi revelado.

O caso —que começou a ser investigado pela 16ª DP (Barra da Tijuca), mas foi transferido para a 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes)— teve uma reviravolta no curso das investigações entre ontem (24) e hoje (25).

Segundo o delegado titular da 42ª DP, Eduardo Freitas, imagens de câmeras de segurança do hotel obtidas pelos investigadores mostram que Mayara entrou no prédio andando normalmente e depois saiu passando mal, acompanhada da aposentada Tânia Cristina de Lima e da filha dela, Ohana, que era amiga da modelo. A polícia também obteve imagens da chegada de Mayara ao apartamento da amiga.

As imagens contradizem o depoimento dado ontem à polícia por Tânia. A aposentada relatou que Mayara teria ido ao seu apartamento, onde mora com Ohana, para comprar produtos de beleza. Ela afirmou que a modelo teria chegado em boa condição física ao apartamento, mas que aparentava estar sob efeito de drogas e teria passado mal após a chegada, já dentro do imóvel.

No entanto, imagens obtidas pela polícia mostram que Mayara chegou carregada por Ohana ao apartamento, segundo informou o delegado.

“Temos certeza de que alguma coisa aconteceu naquele quarto de hotel. Não temos uma confissão ainda e o laudo do IML não está pronto, mas todos os indícios apontam para um procedimento invasivo em Mayara”, disse Freitas ao UOL.

Na terça, Tânia e Ohana foram ouvidas na condição de testemunhas, conforme relatou o delegado Felipe Santoro, da 16ª DP, que estava com o caso - com a transferência de DPs, a investigação passou ao comando do delegado Freitas.

"Mayara chegou passando muito mal, não conseguia nem andar. Estava amparada por Ohana", disse o delegado.

Ao menos três pessoas estiveram no hotel, de acordo com as investigações: Tânia, Ohana e a massoterapeuta Valéria dos Santos Reis, 54.

Ao prestar depoimento, a massoterapeuta declarou que fez apenas uma avaliação para um procedimento de massagem chamado drenagem linfática. A versão, no entanto, é questionada pelos agentes com base no material de filmagem das câmeras de segurança.

Demora no socorro

Segundo o delegado, passaram-se duas horas entre a chegada ao apartamento e o encaminhamento ao hospital. “Chegaram a chamar uma farmácia e pedir medicamento para a dor. Por que ela não levou ela direto para o hospital? Cada um desses minutos foi crucial para a vida de Mayara”, enfatizou.

A ambulância chegou ao prédio de Tânia e Ohana por volta de 18h40 de sexta. Mayara teve três paradas cardíacas na unidade móvel e chegou sem vida ao hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.

Em depoimento na terça, Tânia contou que chamou o Corpo de Bombeiros para socorrer Mayara, mas que, com a demora, apelou a um vizinho que seria membro da corporação. Ela contou que o grupo levou Mayara ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra.

O delegado aguarda o laudo do IML para se certificar da causa da morte da modelo. Ele vai ouvir novamente as pessoas envolvidas nas últimas horas em vida de Mayara a fim de apurar a dinâmica dos fatos e qual o papel de cada uma antes de a modelo morrer.

O UOL tentou entrar em contato com Ohana, Tânia e Valéria, assim como com a defesa das mencionadas pelo delegado, mas elas não foram localizadas até a publicação desta reportagem. 

Modelo relatou medo de morrer

A uma amiga, Mayara relatou medo de morrer. Em troca de mensagens com uma amiga sobre o caso da bancária Lilian Calixto (que morreu após se submeter a um procedimento com Denis Furtado, o “Doutor Bumbum”), a modelo declarou que estava pensando em desistir de fazer o procedimento. “Quero morrer não”, disse em um trecho da conversa.

A amiga teria, então, incentivado a modelo a se submeter ao procedimento: “cada pessoa reage de um jeito”, afirmou.

As conversas foram obtidas pela polícia e reveladas à reportagem pelo delegado titular da 42ª DP.

Prima de Mayara, a produtora e blogueira Gisele Matheus lamentou a morte da parente. “Além de muito bonita e batalhadora, ela era muito vaidosa. A vaidade fez com que ela fosse vítima desse incidente”, declarou Gisele à reportagem. Segundo ela, Mayara sempre quis ter o corpo perfeito. “Foi uma obsessão que virou uma fatalidade”.

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