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Rio: pela 7ª vez em um mês, tiroteios fecham estrada Grajaú-Jacarepaguá

24.set.2018 - Violência fecha a autoestrada Grajaú-Jacarepaguá pela 7ª vez em um mês - José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
24.set.2018 - Violência fecha a autoestrada Grajaú-Jacarepaguá pela 7ª vez em um mês Imagem: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Gabriel Sabóia

Do UOL, no Rio

24/09/2018 10h56

A autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, uma das principais vias de ligação entre as zonas norte e oeste do Rio de Janeiro, ficou fechada para veículos, nos dois sentidos, por duas horas e meia, na manhã desta segunda-feira (24).

Esta foi a sétima vez, no intervalo de um mês, que a via foi bloqueada pela polícia devido a confrontos nas comunidades que a margeiam, segundo levantamento feito com base em informações do Centro de Operações da Prefeitura.

Nesta segunda-feira, equipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) começaram a operar na região por volta das 5h30. Os tiros nas comunidades do Complexo do Lins assustaram os moradores. "Mais uma segunda típica aqui na Cotia [uma das favelas do Lins]. Começou quente o bagulho por aqui", disse um morador em uma rede social. A estrada voltou a ser aberta para veículos por volta das 8h.

A interdição na Grajaú-Jacarepaguá causou congestionamentos em outras vias, usadas como rotas alternativas. A linha Amarela e o Alto da Boavista apresentaram retenções pela manhã.

Ladeira dos Tabajaras

Em outra ação, policiais militares do GAM (Grupamento Aeromóvel) sobrevoam a Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na zona sul, na manhã de hoje. A operação é feita em conjunto com homens da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) local.

A operação ocorre um dia após troca de tiros entre policiais e criminosos no alto da rua Sacopã, ao lado do Morro dos Cabritos, na Lagoa, bairro nobre da zona sul. A região dá acesso às comunidades dos Cabritos e Tabajaras, em Copacabana, por uma região de mata, considerada de difícil acesso.

Polícia prende 18 suspeitos de integrar milícias

Dezoito pessoas foram presas até as 11h de hoje, nos municípios de Maricá e São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, onde agentes da DHNSG (Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) fazem uma operação de combate a três milícias diferentes que atuam nesses municípios. No total, 52 mandados de busca e apreensão e 24 de prisão preventiva foram expedidos.

As três milícias contam com comandos distintos. No entanto, alguns integrantes chegam a atuar em mais de uma quadrilha ao mesmo tempo. Um dos grupos seria liderado por Anderson Cabral Pereira, conhecido como Sassa, com atuação em bairros de São Gonçalo. A segunda milícia seria chefiada por Luis Claudio Freires da Silva, chamado de Zado, com atuação também em São Gonçalo. O último grupo de milicianos teria comando de Wainer Teixeira Júnior, com domínio em Maricá.

Em comum entre os grupos, o fato de terem como fonte de renda a arrecadação de "taxas de segurança" cobradas de comerciantes, o controle da venda de botijões de gás e de cestas básicas e a exploração de serviço clandestino de internet e TV a cabo. As investigações apuraram que a arrecadação mensal da organização criminosa girava em torno de R$ 100 mil por mês, podendo chegar a R$ 1,2 milhão ao ano.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos presos.